Dostoiévski afirmou certa vez: “Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento”. Viktor Frankl, em seu livro “Em busca de sentido“, narra como testemunha a liberdade interior última do ser humano, aquela que não se deve perder apesar de todo sofrimento e iminência de morte que um preso no campo de concentração enfrentou durante o holocausto. Ele, Viktor e dezenas de prisioneiros provaram que há uma conquista interior, inerente até mesmo no sentido da vida de um condenado no campo de concentração.
E como pode um ser humano encontrar sentido? É também da obra de Frankl que peço licença para trazer à reflexão da psicóloga alemã-americana Charlotte Bühler. “Tudo o que podemos fazer é estudar a vida das pessoas que parecem haver encontrado suas respostas às questões em torno das quais gira a vida humana e compará-las com a vida daqueles que não as encontraram”.
Resumindo envergonhadamente a obra da vida do autor, ele indica três caminhos principais pelos quais se pode chegar a uma pequena centelha dessa busca.
“Criar um trabalho ou fazer uma ação que lhe traga propósito”.
“Experimentar algo ou encontrar alguém que ame verdadeiramente”.
E talvez o mais importante hoje, no passado e em qualquer futuro que tenhamos à frente. “Mesmo sendo uma vítima desamparada numa situação sem esperança, enfrentando um destino que não pode mudar, vale tentar erguer-se acima de si, crescer e mudar-se para além de si”. Acho que os sobreviventes dos horrores do holocausto e da ditadura fizeram isso, os palestinos dizimados em Gaza neste momento tentam fazer isso e todo tipo de sobrevivente, à sua maneira, tenta não permitir que sua mente seja escravizada. Eu não sei dizer se a busca por sentido ou percepção de sentido tem um, dois, três ou mais caminhos. Aqui do meu lado, compartilhando com vocês, só sei dizer que desde quando entendi que a minha mente eu não posso entregar, tenho sim encontrado mais propósito, apesar de tudo.
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