Por André Richter — Agência Brasil
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta quarta-feira (15) às plataformas X, TikTok e Kwai a retirada de postagens com desinformação sobre a entrega de alimentos para a população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A AGU pede que as postagens sejam removidas no prazo de 24 horas. A medida tem caráter extrajudicial, ou seja, foi feita diretamente pelo órgão, não envolvendo a Justiça.
AGU: cestas básicas
De acordo com o órgão, as postagens contestadas afirmam que cestas básicas doadas e enviadas para o estado foram reembaladas com a logomarca do governo federal, fato desmentido pelo governo e agências de checagem.

Cenário trágico em Lajeado e trabalho de voluntários em meio à lama. Foto: Diogo Zanatta/ ICL Notícias
No entendimento da AGU, as postagens não condizem com a realidade e pretendem “enganar” a população sobre as ações governamentais.
“A divulgação enganosa desqualifica toda a política pública destinada a atender às pessoas em vulnerabilidade, atingidas por situações de emergência ou calamidade pública, que se encontram em situação temporária de dificuldade de acesso a alimentos, desencorajando inclusive o apoio da sociedade civil na ajuda mútua ao desabrigados no Rio Grande do Sul”, argumentou a AGU.
Até o momento, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome investiu R$ 8,4 milhões na compra e envio de 52 mil cestas de alimentos para os atingidos pela calamidade.
Fake news na Câmara
Na última segunda-feira (13), deputados do PSOL protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete colegas da Câmara. Os parlamentares são acusados de disseminação de notícias falsas sobre a catástrofe do Rio Grande do Sul.
Os alvos da representação são cinco são deputados federais do PL, partido de Jair Bolsonaro: Filipe Martins (TO), Gilvan da Federal (ES), Paulo Bilynskyj (SP), Caroline de Toni (SC) e General Girão (RN). Os outros dois pertencem ao União Brasil — Coronel Assis (MT) e Coronel Ulysses (AC).
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