Por Igor Mello
Com base em centenas de milhões em emendas secretas, Davi Alcolumbre (União) conseguiu dominar a política do Amapá, seu estado de origem. Seu apoio levou à vitória candidatos a prefeito em 11 dos 16 municípios do estado.
Sob o governo Bolsonaro, Alcolumbre se tornou o principal cacique do Senado. Depois de ser presidente, ele manteve o controle da distribuição de recursos no acordo que elegeu seu aliado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E garantiu uma fatia significativa do bolo para cimentar sua influência no Amapá.
Em levantamento feito pela CGU por ordem do ministro Flávio Dino, do STF, cinco municípios amapaenses figuram entre os dez municípios com mais repasses de emendas por habitante desde 2020.
Além de centenas de milhões do antigo orçamento secreto (as emendas do relator) e das emendas de comissão, ele teve uma fonte de recursos para chamar de sua. Uma manobra distribuiu R$ 1 bilhão em recursos do Ministério da Defesa para obras no Programa Calha Norte entre 2021 e 2022, como revelou o portal UOL. Deste total, R$ 264 milhões foram distribuídos para prefeitos aliados de Alcolumbre no Amapá.
Partido de Alcolumbre ganha 90% das disputas no Amapá
A chuva de recursos se traduziu nas urnas. Alcolumbre elegeu 11 dos 13 candidatos que apoiou — nove deles de seu próprio partido, o União Brasil. A legenda comandada pelo senador só perdeu uma disputa no estado, vencendo em 90% das cidades em que teve a cabeça de chapa.
O impacto se deu tanto no interior, quanto na capital Macapá. À frente de uma grande coalização que incluiu Alcolumbre, o prefeito dr. Furlán (MDB) se reelegeu com a maior votação entre as capitais brasileiras. Ele teve 85% dos votos.
As emendas também foram uma ferramenta de continuísmo no Amapá. Nove prefeitos se reelegeram e em quase todas as outras cidades, os nomes apoiados pelo atual mandatário venceram.
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