Por Paulo Passos
(Folhapress) — Ricardo Nunes (MDB) sofreu um revés em seu plano de ampliar ainda mais sua exposição na televisão, utilizando o espaço destinado aos candidatos a vereador de sua base, composta por 12 partidos. Isso porque alguns aliados descumpriram acordo feito pela coligação e esconderam a imagem do político do MDB em suas inserções na propaganda eleitoral.
Nunes já conta com mais de 60% do tempo do horário eleitoral, cerca de 6 minutos em cada um dos dois blocos de 10 minutos, e 27 minutos e 20 segundos em inserções veiculadas ao longo da programação das emissoras. Para ampliar a visibilidade do emedebista, a campanha combinou com siglas aliadas de ter a imagem do prefeito exposta no tempo destinado aos vereadores.
Uma parcela de 40% das inserções ao longo da programação na TV e no rádio é destinada aos candidatos à Câmara Municipal. Isso totaliza 28 minutos, sendo que mais da metade está com os partidos da base de Nunes.
MDB, Solidariedade, PSD, PL, Avante e PP cumpriram o acordo e incluíram em suas propagandas uma foto de Nunes e um texto que diz que os vereadores “estão com” ele na eleição. A mesma mensagem não aparece no espaço do Republicanos e do União Brasil. Alguns candidatos dos partidos até mostram a imagem do emedebista. Outros, porém, tiraram qualquer referência a ele em suas peças.
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Horário eleitoral gratuito em rádios e TV começou na sexta-feira (30) (Foto: Arquivo Senado)
Republicanos e União Brasil não mostraram Nunes
Esse é o caso de Claudia Baronesa (Republicanos). Em seu espaço na propaganda do partido, a foto de Nunes, que aparecia ao fundo durante a aparição de outros candidatos, foi retirada.
A ação expõe o movimento de migração de políticos da base do candidato a reeleição para a campanha de Pablo Marçal (PRTB). Baronesa declarou voto no influenciador e esteve em evento oficial dele no final de agosto.
A assessoria do Republicanos informou que o partido vai incluir o logo do prefeito na propaganda da candidata. A peça veiculada na segunda-feira (02) seguia sem a referência.
Outra que não mostrou Nunes foi Amanda Vetorazzo (União Brasil), também candidata a vereadora. Ela é integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), que tentou lançar a candidatura a prefeito de Kim Kataguiri, também do União Brasil.
O partido afirmou à reportagem na sexta-feira (30) que houve um erro e que isso seria corrigido.
A ausência ocorreu, segundo a sigla, apenas entre candidatos que enviaram materiais prontos e não gravaram as peças na produtora contratada pelo partido.
“A inclusão das menções ao prefeito já foi providenciada nos casos detectados e estará presente nas próximas inserções”, divulgou a assessoria de imprensa.
Nesta segunda, novas inserções de Vetorazzo foram veiculadas ainda sem a citação. O partido tampouco incluiu a mensagem final com anúncio de apoio a ele.
Membros da base aliada aderiram a Marçal
Antes do início do horário eleitoral, na última sexta, integrantes da base aliada de Nunes já haviam aderido à campanha de Marçal. Um deles foi Rubinho Nunes (União Brasil), que disputa novo mandato para a Câmara de Vereadores.
No sábado, ele anunciou apoio ao influenciador. Dois dias depois, Nunes demitiu o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe, que teria ligação com Rubinho.
Outro que migrou foi o deputado federal suplente Daniel José (Podemos). Ele fixou no topo de seu Instagram um vídeo ao lado do autodenominado ex-coach. José diz que perdeu R$ 1 milhão do fundo eleitoral e tempo de propaganda na televisão pela escolha. Ele não apareceu até agora nas inserções do Podemos.
SAIBA MAIS:
Candidatos apoiados por figurões bolsonaristas abandonam Nunes em SP
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