Uma espécie de “defeito” no campo magnético do planeta Terra tem preocupado os cientistas por estar cada vez mais visível.
E a localização está bem no território brasileiro, sobre as regiões Sul e Sudeste do Brasil e se estende até o mar que banha a África. É a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS).
A anomalia, por sinal, é motivo de alerta. Isso porque se expandiu cerca de 7% nos últimos quatro anos. A informação é do Relatório sobre o estado do campo geomagnético de 2023, publicado neste ano pelo Modelo Magnético Mundial (WMM) e divulgada pelo Correio Braziliense.
Anomalia: danos
Segundo o WMM, essa região pode “causar danos de radiação aos satélites e problemas com a propagação de rádio”.
Os satélites humanos que orbitam a terra por vezes precisam “desligar” enquanto passam por essa área para não sofrerem danos. Pode ser impactado, também, todo o sistema de comunicação, incluindo o uso de radares e GPS.
A falha no campo magnético também faz com que essa área esteja menos protegida contra as partículas de vento solar. Isso pode causar a destruição de satélites artificiais, interferir nos serviços de comunicação e provocar uma queda nos sistemas elétricos.
Monitoramento
A Amas é monitorada pela Agência Espacial Europeia (ESA), pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) e pelo Brasil, que lançou o satélite NanosatC-BR2.
Aqui, também há dois Observatórios Magnéticos: Tatuoca, na região amazônica, e Vassouras, no Rio de Janeiro.
Planeta é um campo magnético
Nosso planeta é rodeado por um campo magnético formado no núcleo terrestre. O centro do campo é formado por ferro líquido que está a pelo menos 3 mil quilômetros de profundidade, que fica em contato com o restante do espaço e funciona como uma barreira de proteção contra ventos solares e radiação cósmica.
O campo magnético não é uniforme em todos os pontos do planeta. Em alguns pontos do globo, a intensidade dessa força pode ser maior ou menor.
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