Por AFP
Os ataques israelenses mais intensos contra Gaza desde a entrada em vigor de um cessar-fogo com o Hamas em 19 de janeiro deixaram mais de 400 mortos nesta terça-feira (18), incluindo crianças, informou o Ministério da Saúde do território palestino.
Os bombardeios mataram o chefe do governo do Hamas na Faixa de Gaza, Essam al Dalis, anunciou o movimento islamista palestino Hamas em um comunicado.
Nos ataques, também morreram outros três “dirigentes do governo” de Gaza, incluindo o vice-ministro do Interior, Mahmud Abu Watfa, e o diretor-geral dos serviços de segurança interna, Bahjat Abu Sultan, segundo o “comunicado de condolências” divulgado pelo Hamas.
O ministério atualizou o balanço anterior de mais de 200 óbitos e afirmou que mais de 330 pessoas morreram nos ataques israelenses contra o território palestino governado pelo Hamas, um nível de violência sem precedentes desde o início da trégua.
Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos mortos no ataque eram crianças e mulheres palestinas. Centenas ficaram feridos, dezenas deles em estado crítico, disse à AFP o titular do ministério, Mohamed Zaqut.
Após a noite de intensos bombardeios, o Exército israelense ordenou que os moradores de Gaza abandonem as zonas fronteiriças.

Prédios destruídos de Gaza, após o último ataque de Israel. (Foto: AFP)
Evacuação para o Norte de Gaza
A ordem de evacuação está em vigor “especialmente” para as áreas de Beit Hanoun, no norte da Faixa, Khirbet Khuzaa, Abasan al Kabira e Abasan al Jadida, no sul, que são “zonas de combate perigosas”, anunciou na rede social X o porta-voz em idioma árabe do Exército, Avichay Adraee.
Ele também afirmou que os habitantes de Gaza devem seguir “para os abrigos no oeste da cidade de Gaza e na cidade de Khan Yunis”.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país continuará combatendo na Faixa de Gaza “até que todos os reféns tenham retornado”.
“Não vamos parar de lutar até que todos os reféns tenham retornado para suas casas e que todos os objetivos da guerra tenham sido cumpridos”, afirmou Katz em um comunicado. Entre as metas do governo israelense estão, além do retorno dos sequestrados (vivos e mortos), a destruição do Hamas como força militar ou política na Faixa de Gaza.
Após os bombardeios, o Hamas afirmou que “trabalha com os mediadores” internacionais para “frear a agressão de Israel”.
O Hamas “aceitou o acordo de cessar-fogo e o aplicou completamente, mas a ocupação israelense renegou seus compromissos (…) ao retomar a agressão e a guerra”, afirmou uma fonte do movimento islamista.
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