Você já deve ter escutado por aí: “me faz um Pix…”, “paga no Pix” ou coisas do gênero. Desde sua criação, a chave Pix tem se tornado o principal método de pagamento entre os brasileiros – sendo utilizada com diversas finalidades, tanto para pagar compras quanto para enviar dinheiro para outras pessoas.
De acordo com o Banco Central (BC), o Pix é a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros e a ferramenta, hoje, é usada por 76% da população desde o seu lançamento em 2020.
Apesar das facilidades que o pagamento por chave Pix traz, ele também carrega riscos para os usuários. Segundo a Forbes, 42% dos brasileiros já sofreram com o golpe do Pix e já ocorreram mais de 2.5 milhões de golpes no país. Dentre a população geral, o prejuízo para pessoas idosas é 16 vezes maior do que jovens.
O surgimento da chave Pix
Recentemente, o Pix completou 4 anos de existência. Ele foi lançado em 16 de novembro de 2020 e mudou completamente a forma como os pagamentos são feitos desde então. Antes do seu surgimento, só era possível fazer algum tipo de movimentação bancária por meio de Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Documento de Ordem de Crédito (DOC) – ambas possuíam taxas e limitações de dias e horários específicos para funcionamento.
Por exemplo, ao realizar um TED, taxas de até 25 reais poderiam ser cobradas para que o dinheiro fosse transferido instantaneamente e a operação só poderia ser feita em dias úteis e até às 17h. Já o DOC possuía valor máximo de 4.999 reais para transferência e demorava um dia útil para cair na conta do destinatário.
É justamente nesse cenário de taxas e limitações que a necessidade de criar formas de pagamento e transferências mais ágeis surgiu. Com a evolução tecnológica, era de se esperar que rapidamente alguém criasse uma forma de pagamento inédita e mais prática do que as transferências bancárias limitadas que estávamos acostumados.
Quem criou o Pix?
O Pix não surgiu do nada. Já havia estudos e protótipos para criação de uma forma de pagamento mais ágil e com menor custo desde 2018, mas o lançamento oficial foi apenas em novembro de 2020. Apesar de ser uma criação do Banco Central do Brasil, que também é responsável por supervisionar todo o sistema financeiro do país, outras entidades também participaram do desenvolvimento do Pix, como representantes de bancos, varejistas e fintechs.
Aqui tem uma linha do tempo da chave Pix:
- 2018 – Início da criação pelo Banco Central
- 2019 – Debates sobre o desenvolvimento do Pix com vários setores do mercado brasileiro
- 2020 – Após várias etapas, o lançamento oficial ocorreu em 16 de novembro
- 2022 – Pix se tornou um dos principais meios de pagamento no país
- 2023 – Aprimoramentos e discussões sobre a internacionalização dele
Guia prático do Pix
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a criação e a história do Pix no país, vamos para um Guia Prático sobre como utilizar essa forma de pagamento de maneira rápida e segura. A primeira coisa que você tem que ter em mente é que a chave Pix é como se fosse um apelido para sua conta bancária, ou seja, ao invés de informar o número da sua conta e banco, você apenas compartilha o “apelido” que escolheu.
Por isso, o seu banco te pede para escolher uma chave Pix que pode ser desde o seu CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone até criar uma chave aleatória ou utilizar um QR Code personalizado.
Além disso, as contas de Pessoa Física podem ter até 5 chaves cadastradas e as de Pessoa Jurídica até 20, mas elas só podem estar vinculadas a um banco e a uma conta específica. Ou seja, a mesma chave Pix não poderá ser cadastrada em mais de um banco ou conta.
Mas… e se você errar?
Imagine que você vai transferir um dinheiro para um amigo e a chave Pix dele é o número de celular. Mas, ao transferir, você erra um dos dígitos e acaba enviando o dinheiro para outra chave, ou seja, para outra conta. Como resolver isso? Acompanhe abaixo:
Como cancelar um Pix?
De acordo com o Banco Central, aquele que envia o Pix não consegue fazer o cancelamento. Ou seja, infelizmente ainda não existe um botão ou acesso que você possa cancelar a transferência feita no aplicativo de conta para conta. Porém, o banco sugere que você entre em contato com a pessoa que recebeu o valor para solicitar que o mesmo seja devolvido – e caso não a conheça, pode buscar sua agência ou instituição bancária para obter essas informações e tentar ter o dinheiro restabelecido.
Agora, caso você receba um Pix por engano, utilize o próprio mecanismo da ferramenta para devolver o valor. É importante pontuar também que não existem regras ou legislações para devolução em caso de engano. Por isso, mantenha sempre a atenção ao fazer pagamentos para evitar erros.
Como estornar um Pix?
Se não é possível cancelar, como ocorre o estorno em caso do cancelamento de uma compra, por exemplo? Apesar da transação ser instantânea e irreversível, caso você use o Pix como meio de pagamento em algum e-commerce ou loja e solicite o cancelamento do produto ou serviço, você receberá o valor de volta normalmente.
Por exemplo: você fez uma compra de um curso via Pix e decide cancelar o serviço antes dos 7 dias de acordo com o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o valor pago será devolvido como reembolso em sua conta corrente, já que esse é o seu direito enquanto consumidor.
Agora, caso o pagamento tenha sido feito de pessoa física para pessoa física, será necessário utilizar o mecanismo de devolução presente na ferramenta ou entrar em contato com a agência ou instituição bancária responsável para reaver os valores.
Como fazer Pix com cartão de crédito?
Primeiro, você precisa confirmar com sua instituição bancária se esse mecanismo está disponível em sua conta. Caso esteja, você conseguirá realizar um Pix utilizando o limite do seu cartão de crédito ao invés do saldo em conta corrente – ou seja, não estará utilizando o mecanismo de débito para pagar a conta, mas sim o de crédito.
Atenção! Apesar de estar realizando o pagamento via Pix, por utilizar o limite do seu crédito e ser pago apenas na fatura seguinte, serão cobrados juros. Logo, é importante checar o valor final que será pago – ou seja, aquele que foi transferido somado aos juros que aparecerão na fatura do cartão.
O Pix tem limite de valor?
Existem limites de valor para Pix que variam por dois motivos: conforme o tipo de conta e horário em que a transferência é realizada. As regras do Banco Central definem que entre 20h e 06h da manhã o valor máximo é de R$ 1.000,00, mesmo que feito de forma fracionada.
É obrigatório ter uma chave Pix?
Não é obrigatório ter uma chave Pix, mas ela facilita (e muito) na hora de realizar a transação bancária. Como mencionado anteriormente, a chave funciona como um “apelido” e ao invés de enviar todos os dados na hora de enviar ou receber, caso tenha uma chave Pix cadastrada em sua conta, você apenas precisa compartilhá-la para realizar a transferência.
Golpes do Pix
Até 2027, as perdas por Golpe do Pix podem chegar a R$ 3 bilhões, de acordo com o G1. Entre os golpes mais recentes estão a clonagem de WhatsApp e o link de SMS falso. Ambos com o mesmo objetivo: ludibriar pessoas a enviarem dinheiro através do Pix por uma causa que não existe. Aqui tem uma lista dos principais golpes do Pix no país:
- Clonagem de WhatsApp;
- Perfil falso no WhatsApp;
- Engenharia social aprimorada;
- Central de relacionamento bancária falsa;
- Bug do Pix;
- QR Code adulterado.
A principal preocupação do setor está relacionada aos golpes de engenharia social, nos quais criminosos se passam por instituições financeiras para enganar as vítimas e obter seus dados bancários. Essa ação escancara algo que todos têm em comum e é alertado como a maior vulnerabilidade do Pix hoje em dia: os próprios usuários.
Como evitar golpes do Pix
Para evitar golpes, é necessário estar sempre atento. Sempre confira todos os dados do destinatário para quem está fazendo a transferência e não envie valores para contas que não conhece. Não tenha vergonha de questionar os dados, os números ou até fazer uma ligação para a Instituição Bancária que vai receber o dinheiro para ter certeza para quem você está enviando. Afinal, essa é uma transferência irreversível.
Além disso, não clique em links suspeitos e só faça transferências para conhecidos após confirmar com a pessoa por meio de ligação ou presencialmente que está realizando determinado pagamento. E, caso receba um Pix “por engano”, não faça uma nova transferência para quem solicitou – utilize o mecanismo de devolução do aplicativo ou fale com sua instituição bancária.
O Pix é uma forma de pagamento recente, mas já conquistou a maioria dos brasileiros. De fato, a facilidade e ausência de taxas para realizar pagamentos é uma vantagem para a maioria da população, mas é preciso manter a atenção ao realizar esse tipo de transação já que ela ocorre de forma rápida e irreversível.
Deixe um comentário