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Conhecida como a principal potência brasileira, a cidade de São Paulo tem mais de  470 anos de trajetória, habitando mais de 11 milhões de habitantes e recebendo mais de 2 milhões de turistas internacionais.

Entre os diversos movimentos, eventos e pontos turísticos da cidade, será que a história de São Paulo ressoa entre seus visitantes, estrangeiros e moradores? Conheça a jornada de construção histórica da maior cidade da América Latina e descubra como ela se tornou o principal ponto econômico do país.

História da cidade de São Paulo

Fundada em 25 de janeiro de 1554, São Paulo nasceu como um pequeno povoado jesuíta que tinha o objetivo de catequizar os povos indígenas. A construção da cidade começou após a construção de um colégio jesuíta, realizada por 12 padres, entre eles o padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta. Além disso, o nome de São Paulo também é uma herança católica: a escola foi inaugurada no dia do aniversário de conversão do apóstolo Paulo, que deu origem ao nome.

Escolhida por sua localização estratégica no Planalto Paulista, São Paulo estava entre o litoral que hoje conhecemos como litoral paulista, a capital Rio de Janeiro e o alto da mineração de Minas Gerais. Com isso, no século 18, a cidade se tornou um importante ponto de partida para as expedições bandeirantes que mapearam o território e criaram estradas para facilitar o transporte entre a região.

Futuramente, as estradas criadas nesse período se tornaram essenciais para a distribuição comercial entre interior e litoral, o que alguns historiadores entenderam como o pontapé inicial para que São Paulo se tornasse a cidade mais rica da América Latina.

Mosteiro de São Bento, localizado no centro histórico de São Paulo, em 1860. Foto: Militão de Azevedo

Mosteiro de São Bento, localizado no centro histórico de São Paulo, em 1860. Foto: Militão de Azevedo

Industrialização da cidade de São Paulo

Ainda no século 18, o café desempenhou um papel crucial no incentivo à industrialização de São Paulo. A riqueza gerada pela cultura cafeeira foi um dos principais motores do desenvolvimento econômico do estado e essa prosperidade gerou uma série de efeitos indiretos que impulsionaram a industrialização da região.

Porém, foi no final do século 19, impulsionada pela expansão das ferrovias e pela crescente demanda interna de produtos, que São Paulo se tornou o principal centro industrial do Brasil. Referência na comercialização de produtos do setor têxtil, alimentício e de bens de consumo, a cidade começou seu processo de industrialização recebendo imigrantes europeus e, portanto, mão de obra qualificada para a formação de um mercado regional.

Uma curiosidade sobre o período de industrialização é que os bairros Brás e Lapa se tornaram as principais áreas de desenvolvimento econômico e habitacional no início do século XX. Nessa época, a paisagem era tomada por casas simples e grandes construções de fábricas coexistindo de forma muito próxima devido à rápida urbanização da região.

Retrato do bairro do Brás em 1950, principal centro comercial da época. Imagem: Reprodução 

Retrato do bairro do Brás em 1950, principal centro comercial da época. Imagem: Reprodução

Ascensão econômica de São Paulo

Podemos dizer que o aumento da produção cafeeira e os lucros gerados pela exportação ajudaram a consolidar São Paulo como o centro econômico do Brasil. Não apenas pela sua contribuição ao mercado agrícola, mas também pela criação de uma base econômica para a expansão de indústrias e comércios.

Portanto, a ascensão econômica de São Paulo nasceu desse lugar misto entre a alta da produção do café e o desenvolvimento urbano da região. Foi com a chegada do século 20 que a cidade começou a se industrializar, especialmente a partir das décadas de 1920 e 1930, quando políticas de substituição de importações foram implementadas para reduzir a dependência do Brasil em relação aos produtos estrangeiros.

A cidade de São Paulo, que já possuía uma base agrícola forte, transformou-se rapidamente em um centro industrial – construindo fábricas de bens de consumo, têxteis e, posteriormente, carros e maquinários.

Seguindo a ordem cronológica, foi em 1950 que novos pólos industriais e a implementação do projeto de zonas de desenvolvimento surgiram. Foi nessa época que a cidade se consolidou como a maior produtora de bens manufaturados da América Latina e a ascensão econômica estava consolidada: São Paulo tinha tudo para ser a maior potência da América Latina.

Registro da construção do MASP em 1966. Foto: Peter Scheier

As 5 cidades mais ricas da América Latina

Entre as cidades mais ricas da América Latina, além de São Paulo, estão a Cidade do México, Buenos Aires, Lima e Rio de Janeiro. O ranking, baseado no Produto Interno Bruto de cada cidade, é calculado a partir do valor total de bens e serviços finais produzidos em uma economia (país, estado ou cidade). Liderando a classificação está a cidade de São Paulo com PIB de US$ 388 bilhões, empatado com a Cidade do México.

Em caso de países, o PIB é calculado a partir de alguns critérios: o consumo das famílias, o valor de investimentos para a sociedade, qual é o gasto do governo (em saúde, educação, infraestrutura etc) e, por fim, a soma dos valores de exportação e importação daquele país. É a maneira mais próxima de entendermos a riqueza de uma cidade (país, estado ou região), por exemplo.

Uma curiosidade é que o PIB é frequentemente calculado em dólar para facilitar comparações internacionais. Afinal, o dólar americano é uma moeda de referência global que representa estabilidade e segurança, além de ser a principal referência quando falamos sobre comércio internacional.

Cidade do México

Com mais de 9 milhões de habitantes, a Cidade do México, em 2024, contou com um Produto Interno Bruto estimado em cerca de US$ 388 bilhões e se tornou um importante centro financeiro do país. Hospedando empresas multinacionais, bancos e indústrias de diversos setores, a cidade também é conhecida por dois fatores importantes: sua infraestrutura interna e por ser um ponto estratégico para o comércio internacional, já que está muito próxima dos Estados Unidos.

O Museo Frida Kahlo, na Cidade do México, recebe mais de 40 mil visitantes por mês. Imagem: divulgaçãoO Museo Frida Kahlo, na Cidade do México, recebe mais de 40 mil visitantes por mês. Imagem: divulgação

Buenos Aires

O coração econômico da Argentina entra nessa lista como a terceira cidade mais rica da América Latina com seus US$ 362 bilhões de PIB registrados em 2024. A capital argentina é um verdadeiro centro comercial para as finanças, indústria, turismo e comércio, além de abrigar importantes corporações, bancos e multinacionais chave para o desenvolvimento da agroindústria.

Imagem do bairro turístico La Boca, em Buenos Aires. Imagem: Getty Images

Rio de Janeiro

Conhecida como a segunda maior economia do Brasil, o Rio de Janeiro ocupa o quarto lugar no ranking das cidades mais ricas da América Latina, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado, em 2024, em cerca de US$ 201 bilhões. A cidade, que foi a capital do Brasil até 1960, se destaca por sua forte presença nos setores de petróleo, gás, turismo e entretenimento.

Apenas no primeiro semestre de 2024, o Rio de Janeiro recebeu 760,2 mil visitantes estrangeiros. Imagem: Reproduçãos

Lima

Como capital e maior centro econômico do Peru, a cidade de Lima desempenha um papel fundamental na economia do país e por isso ocupa o quinto lugar no ranking das cidades mais ricas da América Latina. Com um PIB estimado em aproximadamente US$ 177 bilhões, Lima concentra grande parte das atividades industriais, comerciais e financeiras do país, além de ser um polo estratégico para setores como mineração, agroindústria, manufatura e tecnologia.

Lima foi eleita como um dos destinos mais empolgantes para visitar em 2024, de acordo com a Cool List 2024 da National Geographic. Imagem: Getty Images

Com 471 anos completados em 2025, São Paulo reafirma seu lugar como a maior potência econômica da América Latina e uma das cidades mais vibrantes do mundo. Afinal, é impossível não reconhecermos a grandiosidade da cidade que ocupa o primeiro lugar no ranking de cidades mais ricas da América Latina. Seus moradores, de origens e culturas diversas, são a alma de uma cidade que nunca para. Seus prédios, museus, ruas e parques contam histórias de luta, progresso e sonhos.

 

Essa mesma grandiosidade exige atenção e cobrança sobre a política estadual e municipal, já que administrar uma das maiores economias do mundo demanda ações eficazes e comprometidas. Mais do que isso, é necessário que os governos,  estadual e municipal, apresentem planos mais ambiciosos e eficazes para combater os gargalos históricos e econômicos que dificultam o pleno desenvolvimento da cidade.

Fica aqui a comemoração e a esperança por uma São Paulo com ainda mais conquistas sociais, inclusão e desenvolvimento.

 

 

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