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Comércio eletrônico: como aproveitar datas promocionais com segurança e sem dor de cabeça

As datas promocionais do comércio eletrônico possuem descontos irresistíveis, por isso, é importante aproveitar as ofertas com segurança
14/03/2025 | 17h46
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Por Iago Filgueiras*

O que é o comércio eletrônico?

O comércio eletrônico, também chamado de e-commerce, envolve a compra ou venda de produtos e serviços pela internet. Embora ele tenha ganhado mais popularidade recentemente, impulsionado principalmente pela pandemia da Covid-19, esse tipo de comércio surgiu ainda no final do século 20, com a popularização da internet nos Estados Unidos.

A evolução do comércio eletrônico

Na década de 1970, algumas empresas de telecomunicação estadunidenses passaram a utilizar o Eletronic Data Interchange – Intercâmbio Eletrônico de Dados, em português. O objetivo era compartilhar documentos e arquivos de negócios entre as organizações. No começo, a ferramenta informava ao dono de uma empresa o interesse de um cliente por um produto.

Em 1990, com a criação do protocolo World Wide Web (WWW) pelo cientista da computação Tim Bernes-Lee, armazenar e compartilhar informações pela internet se tornou mais fácil e, a partir daí, o número de usuários conectados passou a crescer ano após ano. As ferramentas de busca como o Google e o Yahoo também impulsionaram o comércio eletrônico, tornando mais fácil a procura por lojas e produtos.

A internet facilita a interação entre vendedores e compradores. Imagem: reprodução

A internet facilita a interação entre vendedores e compradores. Imagem: reprodução

No Brasil, o primeiro e-commerce foi a livraria Booknet, criada em 1995. Alguns anos mais tarde, ela foi comprada e renomeada, passando a se chamar Submarino. Com a popularização da internet no país e o crescimento do comércio eletrônico, o ambiente digital foi ganhando cada vez mais usuários e, consequentemente, as vendas online aumentaram.

O surgimento das redes sociais e o uso de smartphones ampliaram ainda mais as trocas comerciais no mundo digital. Se antes ter um site para vendas era complicado, agora, qualquer um com um celular na mão se torna um vendedor ou comprador em potencial.

O e-commerce na atualidade

Ao longo dos anos, o e-commerce se consolidou como uma prática comum dos brasileiros. Um dos principais fatores responsáveis por isso foi a emergência sanitária global causada pela  pandemia da Covid-19 que, em 2020, impediu a circulação de milhões de pessoas e levou diversos governos a adotarem medidas de distanciamento social.

Sem que os clientes pudessem sair de casa, o varejo físico sofreu uma profunda crise e muitas empresas tiveram que migrar para o online ou fortalecer ainda mais sua presença digital. Entre março e abril de 2020, o número de usuários de plataformas de delivery saltou 155%, já o número de pedidos, 975%.

A pandemia impôs diversas mudanças e impactou profundamente o comportamento do consumidor.

Após a pandemia, o comércio eletrônico caiu no gosto dos brasileiros e moldou hábitos de consumo. Foto: Freepik

Após a pandemia, o comércio eletrônico caiu no gosto dos brasileiros e moldou hábitos de consumo. Foto: Freepik

Segundo a Abcomm (Associação Brasileira do Comércio Eletrônico), entre 2016 e 2019, o número de compradores online saltou de 60 para 68 milhões, um aumento de 13% em cinco anos. Mas em 2020, no primeiro ano de Covid-19, 77 milhões de clientes compraram pela internet, um aumento de 13%.

Ainda de acordo com a mesma instituição, entre compras por aplicativos, sites e marketplaces, o e-commerce faturou R$ 204,3 bilhões em 2024, levando mais de 91 milhões de clientes às compras. Com um gasto médio de R$ 492,40 por pessoa, as vendas por e-commerce representaram 9% de todas as do varejo.

Quais são as principais datas do comércio?

Em 2024, apenas em São Paulo, o varejo movimentou R$ 1,42 trilhão. Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, em 2023, o setor teve um impacto de 26,4% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Ao longo do ano, as vendas são impulsionadas por diversas datas que, geralmente, são marcadas pelo aumento nas buscas por produtos específicos ou promoções irresistíveis. No Dia das Mães de 2024, por exemplo, o varejo físico teve um crescimento de 7,3%, já o e-commerce, 2,3%.

Datas comemorativas, como o Natal, levam milhões de brasileiros às compras. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Datas comemorativas, como o Natal, levam milhões de brasileiros às compras. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Além de datas históricas ou feriados religiosos, algumas comemorações foram criadas exclusivamente para aumentar as vendas, como o Dia dos Namorados.

Quais são as principais datas do varejo:

  • Dia do Consumidor (15 de março)
  • Páscoa (20 de abril)
  • Dia das Mães (11 de maio)
  • Dia dos Pais (10 de agosto)
  • Dia dos Namorados (12 de junho)
  • Dia das Crianças (12 de outubro)
  • Black Friday (28 de novembro)
  • Natal (25 de dezembro)

Promoções exclusivas do e-commerce

As datas promocionais e comemorativas também se aplicam ao comércio eletrônico, afinal, com o crescimento do e-commerce, ninguém quer ficar de fora desse mercado tão lucrativo. Segundo a Neotrust Confi – empresa especializada no monitoramento do varejo online – a Black Friday de 2024 arrecadou mais de R$ 9 bilhões de reais.

Com um celular na mão, comprar online é cada vez mais fácil. Foto: Pexels

Com um celular na mão, comprar online é cada vez mais fácil. Foto: Pexels

No Brasil, as maiores empresas do comércio digital são marketplaces, por isso, com diversas datas promocionais e feriados ao longo do ano, milhares de clientes correm para a internet para tentar aproveitar promoções em uma infinidade de produtos.

Além das datas mencionadas anteriormente, alguns eventos foram criados exclusivamente para impulsionar as vendas no comércio eletrônico. Por exemplo:

Amazon Prime Day (julho)

É uma campanha de vendas da varejista Amazon, na qual a empresa oferece diversas promoções para os assinantes do seu serviço de assinatura. Em 2024, o site do marketplace teve um aumento de 71% nas visitas e a companhia precisou contratar 4 mil funcionários temporários para lidar com a demanda no Brasil. Com diversos produtos, entre os dez itens mais vendidos estavam: eletroeletrônicos, sabonetes e suplementos alimentares.

Cyber Monday (1 de dezembro): 

É um evento anual exclusivo do comércio eletrônico e foi criado para que os clientes pudessem aproveitar as promoções da Black Friday, mesmo após o término das promoções. Acontece anualmente, na primeira segunda-feira após o evento.

O que é um marketplace?

o comprar online, muitos clientes procuram sites e aplicativos de varejistas famosos, mas acabam ficando confusos ao perceber que nem tudo que está na plataforma é realmente vendido pela empresa. Isso acontece porque essas vendas são disponibilizadas nos famosos marketplaces.

Imagine que você está em um shopping. Ao longo das galerias você pode comprar em diversas lojas, certo? Um marketplace funciona da mesma forma, sendo basicamente uma plataforma que conecta vendedores e compradores, geralmente cobrando uma comissão sobre as vendas.

Além do espaço, os “shoppings virtuais” também fornecem apoio logístico ao comerciante, uma estrutura de segurança virtual para evitar fraudes e, é claro, a credibilidade de um nome já consolidado no mercado. Em 2020, esse modelo de negócio respondia por 80% das vendas no e-commerce para pessoas físicas.

Alguns exemplos de famosos marketplaces são: Mercado Livre, Amazon, Submarino, Lojas Americanas, Shopee, Shein, Magazine Luiza, entre outros.

Afinal, comprar online é seguro?

Em janeiro de 2025, 157 mil tentativas de fraudes no e-commerce foram registradas. Foto: Freepik

Em janeiro de 2025, 157 mil tentativas de fraudes no e-commerce foram registradas. Foto: Freepik

Com milhares de compras todos os dias e datas promocionais muito atrativas como o Dia do Consumidor e a Black Friday, é possível que você pense: comprar online é seguro?

Segundo a Clearsale – empresa especializada em prevenção a fraudes – em janeiro de 2025, foram registradas mais 157 mil tentativas de fraudes no e-commerce brasileiro, cerca de 1,3% do total de transações verificadas.

Os dados confirmam: o comércio eletrônico veio para ficar e milhões de brasileiros fazem compras no mundo virtual todos os anos. Mas, infelizmente, a facilidade das compras online faz com que alguns sites falsos simulem uma loja real para aplicar golpes e roubar dados de pagamento, por exemplo. Por isso, é importante tomar cuidado.

Como saber se um site é seguro

  • Use sites oficiais: para saber se um site é confiável ou não, é importante identificar o endereço eletrônico oficial da loja em que deseja comprar e tomar cuidado com números ou símbolos estranhos no link.
  • Preste atenção na segurança do site: use sites cujo endereços comecem com HTTPS ao invés de HTTP. Esse “S” no final pode parecer só uma letrinha, mas indica um ambiente digital seguro e criptografado.
  • Fique atento a links desconhecidos: muitos golpistas enviam promoções falsas por e-mails ou até mesmo WhatsApp. Por isso, evite clicar em links que não conhece e procure confirmar as ofertas nos canais oficiais da loja.
  • Investigue: procure confirmar a credibilidade do site ou produto a ser comprado. Uma boa forma é ler os comentários de outros usuários e mesmo pesquisar sobre a empresa. Além disso, alguns sites, como o Detector de Sites Confiáveis do Reclame Aqui, podem te ajudar.
Prefira sites com certificado de segurança https. Imagem: reprodução

Prefira sites com certificado de segurança https. Imagem: reprodução

Cuidados na hora de efetuar o pagamento

  • Prefira um cartão virtual: muitos bancos dispõem de cartões virtuais para quem deseja fazer compras online. Eles costumam expirar após 24 horas ou podem ser mantidos bloqueados até que você decida usá-los. Lembre-se: evite deixar os dados do seu cartão salvos no site ou navegador da web.
  • Cuidado com boletos ou PIX: Confirme as informações de quem vai receber o pagamento. Preste atenção no valor cobrado, CNPJ ou CPF do vendedor e código de barras.

Como se proteger em Marketplaces

  • Conheça o vendedor: leia relatos de outros usuários e veja se tiveram uma boa experiência com o lojista.
  • Evite pagamento direto ao vendedor: prefira o pagamento intermediado pela plataforma de marketplace, evitando dar o dinheiro diretamente à loja. Isso pode facilitar o reembolso caso haja algum problema com a compra.
  • Marketplace em redes sociais: se for comprar de alguém nas redes sociais, peça informações sobre o vendedor, prefira receber o produto pessoalmente e, caso necessário, faça o pagamento apenas após ter garantias de que a compra será de fato enviada.

Cuidado com o consumismo

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em fevereiro de 2025, 76,4% das famílias estavam endividadas. Com a popularização do comércio eletrônico, comprar se tornou cada vez mais fácil. E se endividar também.

76,1% das famílias brasileiras estavam endividadas em janeiro de 2025. Foto: Freepik

76,1% das famílias brasileiras estavam endividadas em janeiro de 2025. Foto: Freepik

É importante tomar cuidado ao realizar compras online para evitar que a prática se torne mais um fator no endividamento dos brasileiros. Anúncios personalizados e os algoritmos das redes sociais, por exemplo, são capazes de influenciar o seu desejo.

Além dos cuidados com a segurança digital, prestar atenção nos motivos que levaram à compra e analisá-los racionalmente pode ser uma boa forma de evitar dores de cabeça e garantir que você tenha uma boa experiência com o comércio eletrônico.

Conclusão

Dia após dia, o e-commerce conquista cada vez mais espaço. Em nosso cotidiano, podemos usar aplicativos de delivery para pedir refeições, assinar plataformas de streaming, comprar vestimentas, eletrônicos e até mesmo fazer as compras do mês de forma virtual.

Essa prática comercial vai além de uma tendência e tem moldado os hábitos de consumo não só no Brasil, mas em todo o mundo. O impacto vai desde a forma como os comércios se organizam até a possibilidade de empreender no mundo virtual. Além disso, com o fácil acesso a diversos produtos e lojas, os clientes têm cada vez mais opções.

Agora que já sabe quais são as datas promocionais mais praticadas no comércio eletrônico e como se proteger ao realizar uma compra, você está pronto para aproveitar ofertas, economizar e evitar dores de cabeça.

 

*Estagiário sob supervisão de Leila Cangussu

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