Por André Richter — Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta terça-feira (22) uma audiência pública para discutir o modelo de escolas cívico-militares do estado de São Paulo.
A Corte vai ouvir especialistas em educação, infância e juventude, além de representantes do Ministério da Educação, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos partidos envolvidos na causa.
Na manhã desta terça-feira, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso, abriu os debates e disse que a realização da audiência é importante da trazer informações sobre o tema para julgamento posterior pela Corte. A data do julgamento ainda não foi definida.

Ministro Gilmar Mendes, relator do caso (Foto: Agência Brasil)
“É induvidoso que a realização de audiência pública somará esforços para que surjam subsídios para o exame da política pública perante os direitos fundamentais invocados ao longo das peças que compõem os autos”, afirmou.
Mendes também disse que o caso envolve questão jurídica de alta relevância.
“A coleta de dados e argumentos especializados permitirá a esta Corte debruçar-se com mais segurança sobre os fatos que conformam a aplicação da norma impugnada, à luz dos princípios constitucionais da liberdade de aprendizagem, ensino e pesquisa”, completou.
Audiência
A audiência foi convocada no âmbito da ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PSOL contra o modelo de escolas cívico-militares de São Paulo, que também é contestado pela bancada estadual do PT. A criação das escolas cívico-militares foi sancionada pelo governador, Tarcísio de Freitas, em maio deste ano.
Na ação, o PSOL argumenta que a intenção do governo paulista é substituir o sistema público de educação, e não a coexistência dos dois modelos, como afirma o governo paulista.
Em junho deste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao Supremo parecer a favor da inconstitucionalidade do modelo.
No documento, a AGU sustenta que os estados não podem instituir modelo educacional que não está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Além disso, o órgão acrescenta a Constituição também não prevê que militares possam em funções de ensino ou de apoio escolar.
SAIBA MAIS:
Desembargador determina suspensão de escolas cívico-militares de Tarcísio em SP
Escolas cívico-militares de SC gastam mais e pioram indicadores, mostra estudo
Relacionados
PF cita ‘riscos concretos’ de vazamento no STJ ao pedir transferência de inquérito para STF
Pedido da PF embasou fase mais recente da Operação Sisamnes, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no STJ
Moradores da favela do Moinho relatam medo ao aderir à proposta do estado
Governo afirma que trabalho social convenceu 86% a trocar favela por unidades da CDHU
Decisão do STF sobre PJs prolonga espera de escravizados por indenização
Ministro Gilmar Mendes suspendeu todos os processos sobre 'pejotização' no trabalho