Por Matheus de Moura
(UOL/Folhapress) – Tradicionalíssimo bloco do Centro do Rio de Janeiro, Cordão do Boitatá surgiu em 1996 e segue mobilizando centenas de milhares sob calor carioca. Dessa vez, o bloco jorra mangueirão em um calor de 32° enquanto musicaliza um grito político de “Sem Anistia” para Bolsonaro e aliados envolvido com 8 de Janeiro.
Com histórico de levantar pautas progressistas, o bloco é marcado por tentativa de revitalizar o Carnaval de rua do final do século passado.
Tamanho sucesso, contudo, levou a expectativas quanto à programação, que, quando não cumprida, produziu a dissidência mais popular do bloco: o Boi-Tolo.
Além disso, o Boitatá é também considerado o bloco padrinho do Amigos da Onça, que agita os sábados de Carnaval como alternativa ao megabloco Cordão da Bola Preta.
Cordão do Boitatá surgiu em 1996
No segundo dia do Carnaval, o tradicional Cordão do Boitatá se apresenta com bateria e orquestra de sopros no Largo do Paço.
Principal personagem do saudoso humorista Paulo Gustavo, a dona Hermínia também apareceu no bloco. Cartazes com o rosto da atriz Fernanda Torres, que está concorrendo ao Oscar, também não faltaram. A política também esteva em alta, com um folião usando o nome do ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid, na tampa de um vaso. Cid ficou conhecido por fazer delações sobre o ex-presidente, inclusive referente ao suposto plano de golpe em janeiro de 2023.
No palco, a orquestra de multi-instrumentistas e intérpretes como Mariana Baltar, Marcos Sacramento, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Marina Iris e Moyses Marques comandaram o rico repertório de marchinhas, frevos, maxixes, choros, carimbós e muito samba. Esta edição do evento, a 19ª desde a fundação do bloco, teve homenagens a Gonzaguinha e Geraldo Azevedo, além de tributos a Paulo Moura, Banda Black Rio, Luiz Carlos da Vila e Milton Nascimento.
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