Por Karla Gamba, Juliana Dal Piva e Igor Mello
Mensagens trocadas com Mauro Cid mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro tomou conhecimento da existência do relógio Patek Philippe por meio de fotos recebidas diretamente em seu celular. As mensagens constam no relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga o desvio de joias e bens milionários.
Bolsonaro, por meio de sua defesa, vinha negando que sabia da existência do relógio. O item é um dos bens que deveriam ter sido catalogados no acervo público da presidência da República, mas foi desviado e vendido. Avaliado atualmente em quase R$ 300 mil, o relógio ainda não foi recuperado pela PF.
Relógio foi recebido no Bahrein
O Patek Philippe foi recebido durante uma viagem oficial do então chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, ao Reino do Bahrein, entre 16 e 17 de novembro de 2021. O item sequer foi encaminhado ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da presidência da República, tendo sido, segundo a PF, “diretamente subtraído pelo ex-presidente”.
Dados do relógio foram localizados pela perícia no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Nele, os investigadores encontraram fotos do item e do seu certificado. Também foi encontrada uma pesquisa realizada na internet sobre o valor de mercado de um relógio de modelo idêntico.
Segundo a PF, a venda do Patek Philippe foi negociada por Mauro Cid com a loja Precision Watches por e-mail. Após isso, ele foi levado aos Estados Unidos por meio do avião presidencial e vendido pelo valor de US$ 35 mil.
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