O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), avisou que a comissão deverá tomar depoimento do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa do governo Jair Bolsonaro, na próxima terça-feira (19/09). A convocação está aprovada desde junho.
Deputados da base do governo federal acusam Braga Netto de articulações para interditar o resultado das eleições de 2022. Mas não é só: o general também é acusado de tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Braga Netto também foi candidato a vice-presidente da República na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Autora de um dos requerimentos, a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) argumentou que os atos golpistas de 8 de janeiro representam o ápice de diversos episódios em que membros do governo Bolsonaro se posicionaram contra a ordem legal democrática. Segundo ela, Braga Netto deve esclarecimentos “seu envolvimento direto ou indireto”.
O presidente da CPMI informou que emitiu dois ofícios que confirmam a convocação de Braga Netto para o depoimento em 19 de setembro. Um deles foi encaminhado ao próprio general. Outro foi enviado ao comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
O deputado Arthur Maia avisou que outro depoimento deve ser do subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, da Polícia Militar do Distrito Federal. Ele participou da defesa do prédio do Congresso Nacional e foi agredido por invasores. O presidente da comissão, no entanto, disse que é contra a prorrogação dos trabalhos da CPMI, argumentando que a mesma foi instalada com um prazo estendido – seis meses.
Relacionados
Cid tentou blindar Braga Netto nos primeiros depoimentos da delação
Na delação, Mauro Cid confirmou que Braga Netto, ex-ministro e vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, repassou a ele 'dinheiro dentro de uma sacola de vinho'
O que dizem as defesas dos acusados na denúncia da PGR
Advogados de denunciados tentam desqualificar provas e acusar PGR de julgamento 'político'
Especialistas definem denúncia da PGR contra Bolsonaro como tardia, mas consistente
Para juristas, crimes contra a democracia e o Estado de Direito estão bem fundamentados