O Brasil está na lista dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores em 2021, aponta relatório da Global Rights Index – o índice de direitos globais. De acordo com o levantamento, que é elaborado pela Confederação Sindical Internacional, os brasileiros estão menos protegidos tanto no que diz respeito à legislação quanto à prática sindical.
A 8º Edição do Índice Global de Direitos 2021 classificou 145 países de acordo com 97 indicadores reconhecidos internacionalmente. Segundo a pesquisa, Bangladesh, Bielorrússia, Brasil, Colômbia, Egito, Honduras, Mianmar, Filipinas, Peru e Zimbábue são os dez piores países do mundo para os trabalhadores.
Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, ressaltou em entrevista à Rádio Brasil Atual que o documento é importante para entender como os ataques à democracia caminham em conjunto com a destruição dos direitos trabalhistas no Brasil. Ele chama a atenção para o desrespeito das negociações coletivas nos últimos anos, a repressão violenta do Estado contra greves e mobilizações e o aumento no número de assassinatos de lideranças sindicais no país.
“As alterações na legislação trabalhista realizadas em 2017 contribuíram para que o Brasil alcançasse essa triste marca. O desrespeito é muito grande aos tratados e convenções. No ano passado, em meio ao auge da pandemia, o governo autorizou a redução de salários sem garantia alguma para o trabalhador. A reforma trabalhista precarizou a nossa legislação e enfraqueceu demais os sindicatos no país”, disse o representante do Dieese.
Essa não é a primeira vez que o Brasil fica entre os 10 piores lugares do mundo para se trabalhar. Desde 2019, o país – que soma mais de 12 milhões de desempregados – ocupa essa posição negativa no ranking mundial. Confira aqui o relatório da Global Rights Index na íntegra.
“O Brasil pede por mudanças. Precisamos fortalecer a nossa democracia. Nosso país vem perdendo espaço em todos os setores como, por exemplo, o aumento da violência contra as mulheres, negros e população LGBTI. O meio ambiente também está sendo destruído. Precisamos discutir o nosso futuro. A cada ação do atual governo fica evidente que o Brasil saiu da rota da democracia do mundo e tudo isso interfere no conjunto de direitos do trabalhistas”, explica Fausto.
Redação ICL Economia
Com informações da Rádio Brasil Atual
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