Brasileiros deportados dos Estados Unidos têm se queixado de terem que deixar seus bens após serem obrigados a retornar ao país. Imóveis, carros, mobílias, documentos e até mesmo animais de estimação têm ficado para trás com a deportação.
Segundo o Itamaraty, a responsabilidade pelos itens que ficaram é inteiramente do deportado. Durval Magalhães, especialista e pesquisador sobre este tema, disse que geralmente os bens ficam perdidos. No entanto, ele afirma que há a possibilidade de resolver a questão à distância, apesar de não haver informações muito concretas sobre as providências tomadas pelos dois países.
“Normalmente, as pessoas nos indicam que perderam tudo e vieram com a roupa do corpo se o processo de deportação for rápido”, comenta.
Nesses casos, a assistência social orienta o deportado a entrar em contato com o Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em Minas Gerais, com a Polícia Federal e com a Embaixada dos Estados Unidos para tentar reaver os itens.

Alguns deportados retornam ao Brasil apenas com as roupas do corpo (Foto: Gov AM/Divulgação)
Direitos dos deportados
Sílvia Souza, conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e especialista em Direitos Humanos, conta que o governo americano não se responsabiliza pelos bens particulares das pessoas que ficaram lá. Segundo ela, as pessoas que foram lesadas pela deportação terão que buscar ajuda de conhecidos no país ou de empresas que fazem isso, como ONGs que podem providenciar a remessa dos seus bens para o Brasil.
Ela também explica que ainda não existe um tratado sobre os direitos da pessoa deportada. Assim, fica difícil que acordos de organismos internacionais ligados aos direitos humanos prosperem nos Estados Unidos, já que o país não é obrigado a aceitar a jurisdição desses órgãos.
Caso os bens deixados sejam saqueados ou roubados, o governo americano não pode ser responsabilizado.
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