A polícia de São Paulo ainda não tem certeza sobre quem matou Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que foi sequestrada quando voltava do trabalho em Cajamar, município da Grande São Paulo em 26 de fevereiro. O corpo de Vitória foi encontrado uma semana depois, morta com três facadas e sinais de que teria sofrido tortura.
Vitória Regina trabalhava em um shopping e voltava de ônibus tarde da noite. Na noite em que desapareceu, deixou o shopping onde trabalhava em torno de 23h e pegou o primeiro ônibus. Cerca de 20 minutos depois, atravessou uma avenida para se dirigir ao ponto onde pegava um segundo ônibus. No ponto, dois rapazes estavam também esperando o mesmo ônibus. As informações detalhadas de como foram os últimos momentos da jovem são do programa Fantástico, da Rede Globo.
Vitória mandou mensagem de áudio para uma amiga: “Tem uns dois meninos aqui do meu lado. Estou com medo”. Vitória e os dois homens embarcaram no ônibus antes da meia-noite para uma viagem de cerca de meia hora. Quando desceu, de novo para a mesma amiga, ela mandou outra mensagem: “Nenhum deles desceu no mesmo ponto que eu. Então, está de ‘boaça’. Não tem problema nenhum.
Vitória percebeu que estava sendo seguida
Em geral, ao descer do ônibus, o pai ia buscá-la de carro, coisa que não aconteceu naquela quarta-feira por que o carro do pai estava quebrado. Vitória, então, começou a fazer a caminhada de quase 1 km para chegar em casa.
Em outra mensagem de áudio para a amiga, Vitória já estava mais assustada: “Passou (sic) uns caras em um carro e eles falaram: ‘E aí, vida, está voltando?’. Ai, meu Deus do céu. Vou chorar. Vou ficar mexendo no meu celular. Não vou nem olhar para eles. Ai, Jesus do céu, eles entraram para dentro da favela”. Depois dessa mensagem, enviada às 00h30, a menina desapareceu.
O corpo foi encontrado uma semana depois em uma área de mata fechada, localizada a cerca de 5 km da casa dela. A adolescente foi enterrada na quinta-feira (6).

Imagem de câmera de segurança mostra últimas imagens de Vitória (Foto: Reprodução)
Dois outros suspeitos, além do ex-namorado
O primeiro suspeito, de acordo com a polícia, foi o ex-namorado de Vitória, Gustavo Vinícius Moraes. A investigação policial apontou que, no dia do desaparecimento, Vitória teria ligado para ele. Gustavo teve a prisão pedida, mas a Justiça negou alegando falta de provas. Para a polícia, o ex-namorado segue como suspeito porque a geolocalização do celular apontou que ele estaria perto da casa de Vitória no momento do crime.
De acordo com Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil da Grande São Paulo, em entrevista ao Fantástico: “ali tem participação e a coautoria de outros elementos”. Segundo a perícia, o assassinato teria ocorrido em local diferente daquele em que o corpo foi encontrado, sugerindo a existência de um cativeiro, ainda não encontrado.
Duas testemunhas indicaram a possível participação de Maicol Sales dos Santos, preso na tarde de sábado (8). A terceira pessoa investigada é Daniel Lucas Pereira, que teve o celular dele foi apreendido: “Ele fez filmagem entre o ponto de ônibus onde ela desceu até a sua residência. Ele faz esse trajeto dentro do celular dele”, disse o diretor da Polícia Civil de São Paulo.
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