Por Igor Mello*
A China conseguiu, pela segunda vez, pousar uma sonda não tripulada no lado escuro da Lua. A missão Chang’e-6 aterrissou ontem, no horário de Brasília em uma cratera próxima ao polo sul do satélite da Terra.
A missão é considerada um passo importante nos planos chineses de enviar seus primeiros taikonautas — nome que o país dá aos seus astronautas — para o astro até 2030. As informações são da Revista Fapesp.
As imagens do pouso da sonda Chang’e-6 foram divulgadas pela CNSA (Administração Espacial Nacional da China, em inglês). No vídeo, é possível ver a superfície cheia de crateras da lua no sobrevoo final da aeronave, até que ela abruptamente se aproxima do solo lunar.
📸Marvelous landing video of Chang’e 6 on the far side of the moon. Full HD:https://t.co/wcHp6Q42Sk pic.twitter.com/XY0jMIKVtL
— CNSA Watcher (@CNSAWatcher) June 2, 2024
A Chang’e-6 pousou na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma das maiores crateras da lua, próxima ao polo sul do satélite terrestre. A cratera tem quase 2,5 mil quilômetros de diâmetro e 13 quilômetros de profundidade.
Sonda vai investigar colisão de asteroide com a Lua
A sonda vai colher amostras do solo do local para tentar saber mais sobre os primórdios da lua e do próprio Sistema Solar. Isso porque a cratera é considerada uma das estruturas mais antigas preservadas na superfície da Lua.
A coleta do material pode ajudar os cientistas a desvendar um dos maiores mistérios sobre o nosso satélite natural. Leituras feitas por outras sondas e orbitadores lunares identificaram uma espécie de caroço de maior densidade que o resto do solo da Lua, que tem 2 quatrilhões de toneladas e se estende até 300 quilômetros de profundidade.
Os cientistas especulam que uma parte metálica do asteroide que colidiu com a Lua e formou a cratera — entre 4,3 bilhões e 3,9 bilhões de anos atrás — tenha ficado presa no manto da lua, e não se deslocado até o núcleo do satélite, onde costumam se concentrar materiais mais densos.
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