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Cientistas desenvolvem método de combate ao câncer com uso de nanorrobôs

Estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, apresenta redução de 70% dos tumores na fase de testes
06/07/2024 | 05h00

Cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, desenvolveram um estudo de combate ao câncer utilizando nanorrobôs. Nos testes, a tecnologia conseguiu eliminar células cancerígenas de camundongos e apresentaram uma redução de crescimento dos tumores de até 70%.

Segundo a pesquisa, publicada na revista acadêmica Nature Nanotechnology nesta segunda-feira (1), os nanorrobôs são capazes de matar as células cancerígenas.

A “arma letal” está guardada dentro da estrutura nanométrica e é exposta apenas no microambiente do tumor, evitando que as células saudáveis sejam atacadas.

Os cientistas já haviam desenvolvido trabalho semelhante anteriomente. Nele, as estruturas mostravam ser capazes de organizar os chamados “receptores de morte” na superfície das células.

O líder do estudo e professor do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Instituto Karolinska, Björn Högberg, explicou a utilização dos nanorrobôs.

“Se você o administrasse como um medicamento, ele começaria a matar células no corpo indiscriminadamente, o que não seria bom. Para contornar esse problema, escondemos a arma em uma nanoestrutura construída a partir de DNA”, disse.

A técnica de estruturação em nanoescala usando DNA — chamada de origami de DNA — é uma pesquisa de Högberg e sua equipe há anos. A novidade desenvolvida no sistema foi a implementação do “interruptor de segurança”, que se ativa ao se deparar com células cancerígenas.

Foto: Renato Araujo/Agência Brasília

O gatilho da “arma letal” é o pH baixo, fator característico do microambientes que envolve as células cancerígenas. De acordo com os estudos, a arma é ativada quando identifica um pH igual ou inferior a 6,5, matando as células danificadas.

Conseguimos esconder a arma de tal forma que ela só pode ser exposta no ambiente encontrado dentro e ao redor de um tumor sólido”, conta. “Isso significa que criamos um tipo de nanorrobô que pode mirar e matar especificamente células cancerígenas”, completa.

Cientistas: redução de 70%

Os testes foram feitos em camundongos com câncer de mama. Parte dos roedores recebeu doses do nanorrobô normalmente, enquanto outros ganharam apenas uma versão inativa do robô.

O grupo que foi medicado com a ferramenta ativa, que apresentou uma redução de 70% no crescimento do tumor em comparação com o outro grupo.

Segundo Yang Wang, pesquisador do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Intituto Karolinska e um dos cientistas do projeto, o próximo passo é investigar se os robôs funcionam em modelos de câncer mais avançados.

Objetivo é usar em casos que se assemelham mais à doença humana real e descobrir possíveis efeitos colaterais antes de avançar para a etapa de testes em humanos.

Os cientistas afirmaram ainda que a pesquisa também pretende investigar se é possível tornar o nanorrobô mais direcionado, aumentando o da estrutura em células de câncer. Os pesquisadores também afirmaram que pretendem patentear o produto.

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