Um dos maiores entusiastas do bolsonarismo entre os empresários, Luciano Hang, dono das Lojas Havan, foi condenado por difamação e injúria por ataques ao arquiteto Humberto Tadeu Hickel. A decisão da 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou penas de 1 ano e 4 meses de reclusão, além de 4 meses de detenção, em regime aberto.
A punição, porém, foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de uma indenização de 35 salários mínimos à vítima.
Tadeu Hickel foi atacado por Hang, em 2020, ao organizar uma campanha contra a instalação de uma “estátua da liberdade” — símbolo da Havan — em frente a uma filial nova da loja no município de Canela (RS). À época, o arquiteto argumentou que o monumento violava artigos do Plano Diretor municipal, que tinha o objetivo de preservar a harmonia arquitetônica e o patrimônio histórico da cidade.
‘Vai para Cuba’, disse Hang
Hang, então, chamou Hickel de “esquerdopata” e mandou ele ir “para Cuba”, iniciando, assim, uma série de ofensas ao homem na internet. Os magistrados que condenaram o bolsonarista ressaltaram que o posicionamento do empresário estimula o discurso de ódio e teve o intuito de atacar a imagem e reputação de terceiros.
Ele também foi penalizado em 20 dias-multa, com cada dia avaliado em 10 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 300 mil.
Vários meios de comunicação entraram em contato com a equipe de Luciano Hang, mas não obtiveram retorno.
Condenação anterior
Em junho, Hang recebeu outra condenação, em segunda instância, num processo relacionado a direito de imagem e dano moral, após expor um professor em suas redes sociais durante a eleição de 2022.
Gabriel Bandeira Coelho era docente no Instituto Federal Catarinense de Brusque, cidade em que Hang constrói parte do seu império, quando viu sua imagem render cliques, likes e engajamentos nas redes do empresário, com associações negativas a sua conduta como professor.
A sentença na primeira instância previa um valor de R$ 20 mil de indenização, mas na segunda instância dos juizados especiais o valor foi reconsiderado com voto divergente de uma das juízas. O calvário de Gabriel na Justiça catarinense começou no início de julho de 2022, com o primeiro movimento processual sendo uma declaração de suspeição por parte da magistrada Vania Petermann “por motivo de foro íntimo”.
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