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Consumo excessivo de ultraprocessados pode dobrar risco de Parkinson, diz estudo

Dados de mais de 42 mil pessoas, pesquisa mostra que alto consumo diário desses alimentos está ligado à doença
09/05/2025 | 18h03
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Um estudo publicado na revista Neurology, relatou que consumir cerca de doze porções diárias de alimentos ultraprocessados pode mais do que dobrar o risco de desenvolver sinais precoces da doença de Parkinson. A pesquisa analisou dados de saúde e alimentação de mais de 42.800 pessoas ao longo de até 26 anos.

No estudo, uma porção correspondia a itens como uma lata de refrigerante, um cachorro-quente, uma fatia de bolo industrializado, uma colher de sopa de ketchup ou cerca de 28 gramas de batata frita. Os resultados mostraram que pessoas que consumiam em média 11 porções desses alimentos por dia tinham 2,5 vezes mais chances de apresentar três ou mais sinais precoces do Parkinson, em comparação com quem consumia cerca de três porções.

Os sintomas analisados incluíam distúrbios do sono REM (nos quais o corpo se movimenta durante os sonhos), constipação, dores corporais, depressão, sonolência diurna, e alterações no olfato e na visão de cores — sinais que podem surgir anos antes da manifestação dos clássicos tremores e rigidez muscular.

Parkinson

Estudo analisou mais de 42 mil pessoas, e conclusões podem ajudar a se prevenir do Parkinson (Foto: Reprodução)

Relação com o Parkinson

Embora o estudo não comprove uma relação direta com o desenvolvimento da doença, ele fortalece a hipótese de que hábitos alimentares podem influenciar os caminhos neurodegenerativos. “Nossa pesquisa mostra que comer muito alimento processado, como refrigerantes açucarados e lanches embalados, pode estar acelerando os sinais precoces da doença de Parkinson“, afirmou o professor Xiang Gao, diretor do Instituto de Nutrição da Universidade Fudan, na China, e autor sênior do estudo.

Os alimentos ultraprocessados considerados incluíam bebidas adoçadas, molhos, doces embalados, iogurtes, pães, cereais e snacks salgados. A exceção foi pães e cereais, que não mostraram relação clara com os sintomas.

Os pesquisadores apontam que esses produtos geralmente contêm menos fibras, proteínas e micronutrientes, e mais aditivos, açúcares, gorduras saturadas e sal, o que pode impactar negativamente a microbiota intestinal e causar inflamações que aceleram a morte de neurônios.

Especialistas destacam que a prevenção de doenças neurodegenerativas pode começar com escolhas alimentares no dia a dia. “Optar por consumir menos alimentos processados e mais alimentos integrais e nutritivos pode ser uma boa estratégia para manter a saúde cerebral”, concluiu Gao.

Reduzir o consumo de ultraprocessados e adotar uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais, pode ser uma estratégia eficaz não apenas para prevenir doenças metabólicas, mas também para proteger contra sinais precoces de condições neurodegenerativas como o Parkinson.

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