Você sabia que uma brasileira tem o tempo que a coloca entre as mulheres mais rápidas do mundo de todas as classes do movimento paralímpico?
Essa mesma mulher é campeã mundial, tem duas medalhas na Rio 2016, várias nos Jogos Paralímpicos e agora, em Paris, conquistou o bronze nos 100 m da classe T36 para paralisados cerebrais.
Veronica Hipólito é uma atleta completa, respeitada mundialmente com conquistas em todas as principais competições do paratletismo. Eu estive com ela em 2022 num projeto de incentivo ao esporte do Sesc Bauru, conversamos por duas horas, ela é encantadora.
Os jogos em Paris terminam neste no domingo e eu queria homenagear os atletas compartilhando aqui com vocês, ainda que brevemente, a caminhada da Veronica. Diferente da maioria dos atletas, ela não nasceu com uma condição.
Veronica queria ser judoca, mas aos 12 anos descobriu um tumor cerebral que a tirou dos tatames. Decidida a se manter em movimento de alguma forma, ela conheceu o atletismo e o atletismo descobriu Veronica Hipólito.
Em 2015, ainda muito jovem, enfrentou uma cirurgia para retirada de mais de 200 tumores do intestino grosso, e o tumor cerebral voltou outras vezes. Veronica não pôde disputar os jogos de Tóquio e passou oito anos se preparando para o retorno em Paris.
Para contar a história dela eu precisaria de mais linhas e palavras do que tenho disponível agora, ela merece. Mas reencontrá-la no pódio olímpico me fez lembrar o que ela disse em 2022 sobre a tal zona de conforto.
“Minha mãe sempre me disse para dar o meu melhor em tudo o que eu fizer. Mas não significa que o meu 100% de hoje é o 100% de ontem ou de amanhã. Significa que é o 100% de agora. E que para dar o meu melhor, eu tenho que sair da minha zona de conforto. A zona de conforto, muitas vezes, é um lugar incrível, ninguém sente dor, raiva, medo, frustração, mas é lá também que mora o ‘e se’. ‘E se’ eu tivesse feito, ‘e se’ eu tivesse tentado, ‘e se’ eu… aí de tantos ‘e se’ depois, a vida acabou”.
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