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‘Crime penetrou nas estruturas’, diz Cappelli, após homologação da delação de Lessa

Ex-secretário executivo do Ministério da Justiça confirma resistência ao trabalho da PF do Rio para desvendar assassinato de Marielle e Anderson
19/03/2024 | 20h21

Por Chico Alves

O anúncio da homologação da delação de Ronnie Lessa, sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, foi feito pelo ministro Ricardo Lewandowski, mas esse resultado se deve à equipe anterior do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Hoje no Supremo Tribunal Federal, o antecessor de Lewandowski, Flávio Dino, tem limitações para comentar o assunto porque pode vir a julgar o caso. O ex-secretário executivo da pasta e braço direito de Dino, Ricardo Cappelli, falou ao ICL Notícias.

ICL Notícias — Como o sr. recebe a notícia da homologação do acordo de delação do assassino de Marielle Franco e Anderson Gomes, depois de ter participado da estrutura do Ministério da Justiça que levou a esse resultado?

Ricardo Cappelli — Veja, nós temos muita confiança no trabalho da Polícia Federal, liderada pelo dr. Andrei Passos e pelo superintendente no Rio, Leandro Almada. Eles sempre nos disseram que o caso seria resolvido.

Para fazer o seu trabalho, Leandro Almada teve que vencer a resistência de políticos fluminenses que não o queriam no cargo. Chegaram muitas reclamações ao Ministério da Justiça?

Nós bancamos ele e toda a equipe. Houve muita resistência, muita mesmo, foi travada uma luta intensa para a nomeação deles.

Como carioca, o que o sr. acha que a resolução desse crime pode representar para o Rio?

Revelará como o crime penetrou nas estruturas e como conseguiu construir uma rede poderosa. A situação do Rio é gravíssima. A resolução deste caso terá repercussão internacional.

Quando o sr. diz “estruturas” se refere a estruturas políticas?

Estruturas do estado.

O crime a que o sr. se refere especificamente é o praticado pelas milícias? Essa modalidade de criminalidade é que está entranhada nas estruturas de estado?

O crime no Brasil virou um negócio bilionário. Com esse poder, ele exerce pressão e tenta cooptar agentes dos três poderes. Isso é gravíssimo. E se manifesta mais gravemente no Rio em função da fragilidade institucional. Vários governadores presos e afastados. A crise no Rio é muito séria.

 

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