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Crise na Venezuela: Oposição reúne milhares em ato; Maduro diz ter as atas

Presidente Nicolás Maduro disse estar à disposição da suprema corte do país
03/08/2024 | 18h18

*Com informações da Agência Brasil

Em meio a um impasse sobre o resultado da eleição presidencial realizada em 28 de julho, a Venezuela viveu mais um dia de crise política. A oposição, tendo à frente a líder Maria Corina Machado, realizou uma manifestação que reuniu milhares de pessoas nas ruas de Caracas. O presidente Nicolás Maduro disse ter as atas das seções de votação, pivôs da polêmica em torno do resultado.

María Corina Machado, que estava escondida nos últimos dias dizendo temer por sua vida, discursou na manifestação na capital venezuelana subiu o tom contra o governo.

“Como sempre, eles são capazes de qualquer coisa, mas nunca contaram com essa nossa reação, nunca imaginaram essa nossa reação. Não imaginaram que seria esta coragem”, disse ela. “A violência não vai derrubar a verdade”.

Maduro, que se declara vencedor do pleito, também convocou atos em defesa do governo para este sábado.

Em seu perfil no X, antigo Twitter, Maduro afirmou estar à disposição do Supremo Tribunal de Justiça — a suprema corte da Venezuela, equivalente ao STF no Brasil– e garantiu estar em posse das atas das seções eleitorais.

“Estou à inteira disposição da Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) como autoridade máxima, e seguimos firmes, apegados ao respeito à Constituição, canalizando tudo o que está na forma da lei. Temos os minutos completos. Estamos prontos e preparados!”, afirmou o presidente Venezuelano.

Prisões na Venezuela

A autoridade eleitoral venezuelana, vista por críticos como parcial ao partido socialista da situação, proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição do último domingo, ao contabilizar que ele teve 51% dos votos contra 46% do candidato da oposição, Edmundo González. A entidade reafirmou uma margem similar na sexta-feira (2).

Desde então, a oposição questiona os resultados e cobra a apresentação das atas pela autoridade eleitoral venezuelana — que alegou inicialmente ter tido seu site derrubado por um ataque hacker.

O Brasil e diversos países evitaram reconhecer Maduro como vencedor do pleito e cobram transparência em relação aos resultados eleitorais. Em uma nota conjunta com Colômbia e México, o governo brasileiro também fez um “chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”.

O resultado eleitoral motivou alegações generalizadas de fraude e diversos protestos, que foram combatidos pelas forças de segurança do governo Maduro, que os classificou como parte de uma tentativa de golpe de Estado patrocinada pelos Estados Unidos.

Até agora, pelo menos 20 pessoas foram mortas nos protestos depois da eleição, de acordo com o grupo de defesa de direitos Human Rights Watch. Outras 1,2 mil foram presas em conexão com as manifestações, segundo o governo.

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