O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu hoje o fim da destruição dos hospitais da Faixa de Gaza. Segundo a entidade, o sistema de saúde palestino chegou a um “ponto sem retorno” e coloca em risco a vida de milhares de pessoas que vivem no território.
Em comunicado, William Schomburg, chefe da subdelegação do CICV em Gaza, disse que “a destruição dos hospitais está se tornando insustentável e precisa parar”. Segundo ele, as vidas de civis, pacientes e profissionais de saúde correm perigo.
“Sobrecarregado, com escassez de suprimentos e cada vez mais perigoso, o sistema de saúde em Gaza atingiu um ponto crítico, ameaçando a vida de milhares de feridos, doentes e deslocados”, afirmou o Schomburg.
Nas últimas semanas, equipes que distribuem suprimentos essenciais aos hospitais de Gaza têm presenciado a intensificação dos confrontos. A ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) têm denunciado intensos ataques aéreos e de artilharia israelenses contra as unidades de saúde e também ambulâncias.
O CICV informou que nem unidades pediátricas têm sido poupadas. A entidade afirmou que o Hospital Nasser sofreu danos significativos e o Hospital Rantisi está inoperante. Já o Hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, está “sobrecarregado com pacientes e, agora, abriga milhares de famílias deslocadas que perderam suas”, comunicou.
“As regras de guerra são claras. Hospitais são instalações protegidas especialmente pelo direito internacional humanitário”, acrescentou o CICV.
Israel acusa o Hamas, que controla Gaza, de usar hospitais como refúgios para combatentes do grupo e realizar ataques contra as forças militares israelenses, além de esconder túneis.
Desde o início dos conflitos, em 7 de outubro, mais de 11 mil palestinos morreram e cerca de 27,5 mil ficaram feridos. Mais de 1,4 mil israelenses foram mortos.
Leia também
Relacionados
Ataques israelenses contra campos em Gaza deixam quase 40 mortos
O primeiro-ministro israelense acredita que os ataques forçam o movimento islamista palestino a devolver reféns
Pais do brasileiro que morreu de fome em prisão de Israel: ‘Queremos o corpo do nosso filho’
Walid tinha 17 anos e se preparava para começar a treinar na escola de futebol da seleção Palestina
Outro brasileiro sofre fome e maus tratos na prisão onde primo morreu em Israel, diz Fepal
'Salah é inocente. O governo brasileiro precisa pressionar para que ele não sofra o mesmo destino que Walid', suplica a mãe