A alta cúpula militar já bateu o martelo: o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, atualmente tenente-coronel, não será promovido a coronel do Exército. As informações são do blog do jornalista Gerson Camarotti.
A promoção poderia acontecer no início de abril pelo tempo de serviço prestado por Cid. Mas isso não vai acontecer pelo desgaste que seria para o Exército em meio ao escândalo da tentativa de golpe por Bolsonaro e seu grupo. Além disso, Cid é investigado em outras apurações da Polícia Federal (PF), como a que trata da venda das joias dadas de presente pelo governo saudita para a Presidência da República.
A cúpula militar entende que Cid será denunciado pela Procuradoria-Geral da República nas próximas semanas, o que já barraria a promoção por si só. A denúncia da PGR depende de a PF enviar o caso, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entender que há elementos para pedir a condenação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Camarotti, a investigação sobre Cid que está mais adiantada é a da fraude do cartão de vacina de Bolsonaro e aliados. A PF entende que o registro eletrônico do cartão foi falsificado para constar que Bolsonaro se vacinou contra a Covid — sendo que ele não se vacinou — e assim poder entrar em outros países que exigem a imunização.
Agora a expectativa é que Cid preste novo depoimento aos agentes da PF nos próximos dias. Os investigadores querem ouvi-lo no caso da tentativa de golpe de Estado. O novo depoimento ocorre após o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, ter sido ouvido por quase 8h na semana passada.
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