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Defesa de doleiro da Lava Jato descobre que parte de grampo ilegal foi apagada

HD estava escondido na 13ª Vara Federal de Curitiba e 26 dos 90 arquivos foram excluídos
18/07/2024 | 16h07

A defesa de Alberto Youssef descobriu que o HD contendo o grampo ilegal instalado na cela do doleiro — ele foi preso em 2014 como um dos principais delatores da Lava Jato — estava escondido na 13ª Vara Federal de Curitiba e que 26 dos 90 arquivos foram excluídos. A descoberta foi feita nesta quarta-feira (17), quando os advogados puderam ter acesso ao material.

As gravações foram feitas entre 17 e 28 de março de 2014. Foi o próprio Youssef que descobriu o grampo ilegal na cela em que estava preso. No total, o HD tem cerca de 210 horas, mas que ainda serão analisadas pela defesa do doleiro. Um pendrive com informações também teve o conteúdo totalmente excluído.

O advogado Gustavo Rodrigues Flores, que representa o doleiro, teve acesso ao material após decisão do juiz substituto da 13ª Vara Federal de Curitiba, Guilherme Roman Borges, em 4 de julho.

Defesa aciona CNJ

Após a descoberta, a defesa de Youssef afirmou que acionaria nesta quinta-feira (18) o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para informar sobre a exclusão do material.

Flores questiona o fato do HD ter ficado escondido na 13ª Vara e sem o conhecimento dos juízes que assumiram o posto após a saída de Sergio Moro e de Luiz Antonio Bonat.

O advogado do doleiro também informou que irá acionar o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do pedido para anular a delação premiada de Youssef.

“Com relação aos áudios apagados, isso demonstra que houve manipulação. Não se sabe o motivo de terem sido apagados e como foram usados. Agora é esperar as perícias. As informações serão encaminhadas ao ministro Salomão, para que se saiba o que foi sonegado da defesa por todos esses anos, e também ao ministro Toffoli”, disse Flores.

Tendência é que Sergio Moro escape da cassação no TSE Sergio Moro, marido de Rosângela, em sessão no Senado: risco de cassação em julgamento marcado para 1º de abril (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Sergio Moro, atualmente senador, foi titular da 13ª Vara de Curitiba. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Delação

Preso em março de 2014, Youssef decidiu fazer acordo de colaboração premiada em setembro. A partir da delação, a Lava Jato tomou grandes proporções, atingindo diversos políticos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Youssef foi condenado em várias instâncias. Atualmente, o doleiro cumpre as condições impostas pelo acordo de delação premiada em regime domiciliar.

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