O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a morte de uma criança de 4 anos em operação da Polícia Militar (PM) em Santos, está sendo usada politicamente por adversários. Na quarta-feira (6), em sessão na Assembleia Legislativa, Derrite disse que a deputada Paula Nunes (PSOL) fez “vitimismo barato”.
Ryan da Silva Andrade morreu por ter sido atingido por uma bala perdida em uma operação policial. Após ser atingida, a criança chegou a ser levada para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos.
Dois adolescentes, de 17 e 15 anos, também foram baleados; o mais velho morreu durante a troca de tiros com PMs. O outro adolescente de 15 anos está internado e uma mulher de 24 anos foi ferida, atendida e liberada. As quatro pessoas foram vítimas de uma operação da PM no Morro de São Bento, na Baixada Santista, na noite de terça-feira (5). Nenhum policial que participou da operação usava câmera corporal.
De acordo com investigação da própria polícia, o tiro que matou Ryan “provavelmente” partiu de uma arma da Polícia Militar de São Paulo, segundo afirmação do coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da corporação. Questionado pela Bancada Feminista do PSOL, da qual a deputada Paula Nunes faz parte, sobre a responsabilidade da PM nas mortes, o secretário acusou a deputada de fazer “politicagem”.
“Não tem ninguém aqui comemorando morte”, disse Derrite. “Pelo contrário, estamos lamentando a morte de uma criança de 4 anos que não tem nada a ver com o que aconteceu.”
“Lamento muito que uma deputada estadual faça um vitimismo barato, dentro da Assembleia Legislativa, usando a morte de um menino de 4 anos para fazer politicagem. Não vou falar sobre a ocorrência, quem tem que falar sobre a ocorrência é o inquérito da Polícia Militar que foi instaurado, é o inquérito da Polícia Civil que foi instaurado”, afirmou Derrite.
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O pai de Ryan, Leonel Andrade Santos, de 36 anos, foi morto com tiros de fuzil disparados por policiais militares no Morro do São Bento, em fevereiro de 2024. Ele tinha uma deficiência na perna e andava de muleta. Os agentes do Comando de Operações Especiais (COE) envolvidos disseram que ele estaria armado e teria atirado. Jefferson Ramos Miranda, de 37 anos, amigo de Leonel, também foi morto.
PM ‘foi agredida’, diz Derrite
Segundo a PM, os dois adolescentes baleados estavam em um grupo com mais sete pessoas que teriam atirado contra os agentes. Os policiai, então, teriam apenas revidado. Moradores da comunidade contestam a versão da polícia e dizem que só os policiais atiraram.
De acordo com Derrite, os adolescentes exibiam fotos de armamentos nas redes sociais: “A Polícia Militar foi agredida por arma de fogo por nove indivíduos armados. Até teve uma fala de uma deputada dizendo que eram adolescentes, eram crianças. Mas, nas redes sociais, eles ostentavam fotos com armamentos.”
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