“Numa sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista” (Angela Davis).
De um lado da história, no Museu Imperial de Petrópolis (RJ) está a estátua em homenagem ao francês Joseph Arthur de Gobineau (1816–1882), ‘pai’ das ideias eugenistas e de teorias pseudocientíficas que influenciaram nas construções e nas mentalidades das instituições republicanas. Influências essas que têm implicações, até hoje, na vida cultural, social, econômica e política da sociedade brasileira.
Do outro lado da história está o Osé de Xango, símbolo da justiça para os povos tradicionais de matrizes africanas, que será, no dia 19 de dezembro, inaugurado no Palácio da Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Xango é o orixá da justiça para os povos tradicionais da Iorubalândia.
Há importância em problematizar tais “homenagens”? Sim, pois estamos falando de memória e história como possibilidades de resistência. Ou, por assim dizer, necessidade de descolonizarmos os nossos locais de memória para reescrevermos uma história em que a “escravidão”, o “racismo” e da “intolerância” não sejam pontos centrais.
Um breve passeio sobre a história da construção nacional nos evidencia que os processos das formações das instituições republicanas brasileiras têm como base as ideias raciais de Gobineau. E tais ideias deixaram marcas profundas na nossa sociedade em níveis culturais, sociais, econômicos e políticos.
Assim, assinalamos importância do combate ao racismo institucional e estrutural e saudamos a imagem do Osé de Xango como um primeiro passo para repensamos as nossas memórias e resistências no Judiciário brasileiro.
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