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Dilma Rousseff sobre 64: ‘memória’ é crucial para golpe não se repetir

Ex-presidente da República foi barbaramente torturada enquanto esteve presa, dos 19 aos 22 anos
31/03/2024 | 22h09

Em sua conta no X/Twitter, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, escreveu sobre a importância de se “manter a memória e a verdade histórica” sobre o golpe e a ditadura militar no Brasil.

Segundo Dilma, isso é crucial para que a “tragédia” do regime militar não se repita.

Dilma Rousseff foi presa pelos militares quando tinha 19 anos de idade e só saiu aos 22. Sob custódia do Estado brasileiro, a ex-presidente foi submetida à tortura em pau arara, à palmatória, a choques elétricos e a socos. Ela falou sobre o que sofreu na ditadura em depoimento ao Senado Federal no dia 7 de maio de 2008:

“Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira. Eu tinha 19 anos, fiquei três anos na cadeia e fui barbaramente torturada. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores compromete a vida de seus iguais. Entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido”.

 

Leia na íntegra as postagem de Dilma:

“Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita, como quase ocorreu recentemente, em 8 de janeiro de 2023.

Como tentaram agora, naquela época, infelizmente, conseguiram. Forças reacionárias e conservadoras se uniram, rasgaram a Constituição, traíram a democracia, e eliminaram as conquistas culturais, sociais e econômicas da sociedade brasileira. O presidente João Goulart, legitimamente eleito, foi derrubado e morreu no exílio.

Dilma Rousseff no DOPS em 1970: ex-presidente passou três anos presa

Dilma Rousseff no DOPS em 1970: ex-presidente passou três anos presa, dos 19 aos 22 anos

No passado, como agora, a História não apaga os sinais de traição à democracia e nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam de sangue, tortura e morte a vida brasileira durante 21 anos.

Tampouco resgata aqueles que apoiaram o ataque às instituições, à democracia e aos ideais de uma sociedade mais justa e menos desigual. Ditadura nunca mais!”

Assim como Dilma, Dirceu pede “esclarecimento sobre mortos e desaparecidos”

Marcha do Silêncio de 2023: José Dirceu estará presente este ano

Marcha do Silêncio de 2023: ex-presidente do PT, José Dirceu estará presente este ano. Foto: Ruy Conde — Ascom/MDHC)

José Dirceu, líder histórico do Partido dos Trabalhadores e importante quadro político da esquerda desde a época da ditadura militar, também se pronunciou. Ele convocou quem estiver em São Paulo para a Marcha do Silêncio, a partir das 16h de hoje (domingo, 31 de março):

“Meus amigos, minhas amigas, um abraço fraterno de luta e combate. Quero convidá-los para amanhã, 31 de março, às 16h, na Rua Tutóia, onde funcionou o famigerado DOI-Codi, para a Marcha do Silêncio. Vamos até o Monumento dos Mortos e Desaparecidos, em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo. Recordar para que não aconteça mais — e aconteceu no dia 8 de janeiro. Vamos pedir justiça. Queremos esclarecimento sobre os mortos e desaparecidos. Queremos justiça para aqueles que lutaram contra a ditadura e pela democracia”.

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