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Dom Odilo, arcebispo de São Paulo, renuncia, e papa pede que fique mais 2 anos

Chegou a ser criticado porque usa trajes religiosos vermelhos, bolsonaristas alegaram que isso seria apoio ao PT
08/10/2024 | 09h46

Por Anna Virgínia Balloussier*

(Folhapress) — O cardeal dom Odilo Scherer renunciou ao comando da Arquidiocese de São Paulo, e o papa Francisco aceitou o pedido.

O arcebispo divulgou nesta terça (8) uma carta em que anuncia que apresentou o pedido para abdicar do “governo pastoral” no dia 21 de setembro, dia em que completou 75 anos.

O procedimento é praxe na norma canônica. Segundo ela, ao atingir essa idade, “o bispo diocesano é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”.
Scherer diz na carta que o papa pediu que ficasse mais dois anos no cargo — no qual estava desde 2007.

Francisco acolheu a solicitação de uma forma considerada célere nos bastidores da Igreja Católica, em menos de um mês. Ele ainda não disse quem deverá suceder dom Odilo.

“Sigamos em frente, preparando-nos mediante a oração para viver intensamente o Ano Jubilar de 2025, como ‘peregrinos da esperança'”, diz o arcebispo metropolitano de São Paulo. Ele termina o texto pedindo que “Deus abençoe a todos e os conserve em seu amor”.

Dom Odilo foi atacado por bolsonaristas

Odilo Pedro Scherer é o décimo-nono bispo de São Paulo, sendo seu sétimo arcebispo e quinto cardeal. Atualmente exerce também a função de Grão-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Enfrentou de forma explícita a extrema direita no auge do governo Bolsonaro.

Chegou a ser criticado porque, em foto no Twitter, usa trajes religiosos vermelhos. Os bolsonaristas alegaram que isso significaria um apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) pela coincidência com a cor da legenda.

“Se alguém estranha minha roupa vermelha, saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à Igreja e a prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos”, escreveu ele.

Ainda na rede social, Scherer demonstrou preocupação com o atual momento político. “Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!”, postou no mesmo dia.

*Com redação ICL Notícias

 

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