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Parece mentira, mas é verdade. O temor dos governos de alguns países com o prometido tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse nesta segunda-feira (20), parece não atingir o empresariado global. Tanto no exterior quanto no Brasil, os presidentes de grandes corporações veem um crescimento econômico acelerado nos próximos 12 meses.

De acordo com a 28ª edição da CEO Survey, da consultoria PwC, 58% dos líderes empresariais entrevistados ao redor do mundo acreditam que haverá uma aceleração no crescimento econômico nos próximos 12 meses. Na edição de 2024 da pesquisa, apenas 38% dos entrevistados apostavam em um ritmo mais acelerado da economia. No Brasil, esse percentual vai a 73%.

Assim como ocorre todos os anos, os resultados da CEO Survey foram divulgados nesta segunda-feira, no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Na edição deste ano, o lançamento da pesquisa anual no encontro que reúne a elite econômica global nos Alpes Suíços coincidiu com a posse de Trump em Washington.

Em entrevista ao O Globo, Marcos Castro, sócio-presidente da PwC no Brasil, acredita que, pelos resultados da pesquisa, as turbulências geopolíticas que poderão ser potencialmente agravados pela volta do republicano à Casa Branca, não atrapalha os negócios da maioria das grandes empresas.

“Tem uma série investimentos sendo anunciados. Isso tem demonstrado uma resiliência do ambiente corporativo, em contraposição a essa expectativa de que as tarifas, o fechamento de barreiras [comerciais] que o Trump quer colocar poderiam dar um susto”, disse Castro.

Um segundo motivo para o otimismo do empresariado é o fato de o crescimento econômico ter surpreendido positivamente nos EUA.

Efeito Trump: 73% dos empresários brasileiros estão otimistas

A PwC realizou a CEO Survey no Brasil entre o fim de novembro e o início de dezembro, ou seja, antes de todo o reboliço de fim de ano por conta do pacote fiscal do governo.

Na ocasião, 73% dos entrevistados aposta numa aceleração da economia brasileira nos próximos 12 meses.

O resultado pode ter sido o efeito do crescimento econômico do Brasil no terceiro trimestre do ano passado, com avanço de 0,9% no período.

O otimismo dos CEOs brasileiros com a economia é o terceiro mais elevado na pesquisa da PwC. Fica atrás apenas dos CEOs argentinos, onde 91% veem a economia acelerando nos próximos 12 meses, enquanto os indianos ficaram em 87%.

Má notícia para o Brasil

Porém, a CEO Survey global traz uma má notícia para o Brasil: apenas 4% das lideranças empresariais citaram o país entre os três principais mercados no mundo para a expansão dos negócios.

Com isso, o Brasil ficou na 13ª posição entre os mais citados, apenas uma acima da 14ª do ano passado.

Em 2024, o Brasil ficou de fora do grupo dos dez mais citados pela primeira vez na série da pesquisa.

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