O Ministério da Cidadania informou que, até 1º de novembro, uma em cada seis famílias beneficiárias do Auxílio Brasil solicitou o empréstimo consignado, com desconto direto na fonte, disponibilizado pelo governo Bolsonaro no início de outubro. Foram realizados 3.484.354 empréstimos até o início do mês de novembro, número que corresponde a cerca de 16,5% do total de beneficiários.
Ao todo, até 1º de novembro, foram emprestados R$ 9,47 bilhões para os beneficiários do Auxílio Brasil, com São Paulo e Bahia superando a marca de R$ 1 bilhão. Segundo o Ministério da Cidadania, R$ 7,64 bilhões (80% do total) foram feitos via Caixa Econômica. Os especialistas recomendam cautela. Os juros do empréstimo chegam a 50% ao ano.
Em termos de valor do crédito obtido, o empréstimo médio no país foi de R$ 2.718,24, ou seja, cerca de quatro vezes mais que o valor mensal do benefício, que atualmente é de R$ 600. A informação consta de resposta concedida pelo Ministério da Cidadania após solicitação feita via Lei de Acesso à Informação, informa a reportagem G1.
Com o empréstimo, no entanto, o cidadão pode ter até 40% do benefício descontado antes do pagamento. As parcelas do empréstimo consignado são descontadas do Auxílio Brasil automaticamente pelos bancos credores. O desconto máximo mensal é de R$ 160, fazendo o benefício cair de R$ 600 para R$ 440.
Conforme tem denunciado o economista Eduardo Moreira desde a divulgação do empréstimo consignado, ligado ao Auxílio Brasil, trata-se de uma medida eleitoreira e perigosa, já que esse recurso deveria ser destinado a gastos essenciais, como alimentação, e não para pagar juros para bancos.
A medida também foi muito criticada por órgãos de defesa do consumidor e por diversos especialistas, principalmente pelos juros exorbitantes cobrados do empréstimo e por colocar em risco de superendividamento os brasileiros já em situação de vulnerabilidade social e econômica.
No Rio Grande do Norte, 23,25% das famílias beneficiárias do Auxílio Brasil recorreram ao crédito consignado. É o maior percentual do País
O percentual varia de estado para estado: o Rio Grande do Norte foi a unidade onde a taxa foi maior: 23,25% das famílias beneficiárias no estado recorreram ao crédito consignado. Em seguida vêm Rio Grande do Sul (21,56%), Sergipe (19,1%), Paraná (18,64%) e Paraíba (18,38%).
No outro extremo – entre os estados que registraram menores índices – está Roraima (10,9%), seguida por Rondônia (13,5%), Maranhão (13,62%) e Mato Grosso (13,79%).
O estado com maior valor médio do empréstimo consignado foi Amazonas (R$ 2.891,49). A unidade com menor valor médio foi Goiás (R$ 2.628,30).
Redação ICL Economia
Com informações do G1
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