ICL Notícias
Economia

Brasil atrai R$ 27 bilhões em novos investimentos da China com reforço de parcerias estratégicas

Investimento inclui intenção de empresas como GMW (automóveis), Longsys (semicondutores), Mixue (fast food) e Keeta (app de entregas)
12/05/2025 | 09h59
ouça este conteúdo
00:00 / 00:00
1x

Durante visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a chegada de aproximadamente R$ 27 bilhões em novos investimentos chineses no Brasil. A declaração foi feita por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), nesta segunda (12) após um encontro entre empresários dos dois países em Pequim.

A viagem de Lula à China, que contou com a presença de 11 ministros, do presidente do Senado Davi Alcolumbre, além de cerca de 200 empresários brasileiros, reflete a intenção do governo de estreitar ainda mais os laços econômicos e diplomáticos com o país asiático. Antes de desembarcar em Pequim, a comitiva também passou pela Rússia, onde Lula se reuniu com Vladimir Putin e defendeu um cessar-fogo na Ucrânia.

Durante o fórum empresarial, Lula destacou o papel crescente da China como investidor direto no Brasil. Em apenas dez anos, o país asiático saltou da 14ª para a 5ª posição nesse ranking, acumulando um estoque de mais de US$ 54 bilhões em investimentos. Atualmente, é o principal parceiro comercial do Brasil e o maior investidor da Ásia no país.

Entre os novos aportes anunciados estão investimentos da montadora GWM, a instalação de fábricas de semicondutores da Longsys em São Paulo e Manaus, a chegada da rede de fast food Mixue e a estreia do aplicativo de delivery Keeta. Também há previsão de investimentos em setores como aviação, mineração e farmacêutica.

Mais do que comércio com a China: intercâmbio cultural e tecnológico

O presidente Lula também reforçou a importância de fortalecer o intercâmbio turístico e ampliar as rotas aéreas entre os dois países, além de fomentar colaborações tecnológicas. Parcerias entre empresas chinesas e estatais brasileiras como a Telebras e a Dataprev incluem iniciativas nas áreas de satélites e energia limpa.

Segundo Lula, o Brasil precisa olhar para além das commodities agrícolas e minerais tradicionalmente exportadas à China. Para competir em setores de alta tecnologia, como carros elétricos, baterias e inteligência artificial, o presidente defende um maior investimento em educação e inovação.

“Tem gente que reclama que o Brasil exporta para a China só produtos agrícolas e minério de ferro, ou seja, só commodities. E eu queria só dizer para as pessoas que pensam assim que para que a gente possa fazer investimento em produtos mais refinados, sofisticados, com mais ascensão tecnológica, é preciso a gente lembrar que durante muito tempo o Brasil deixou de investir em educação. É importante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico, no mundo digital, se a gente não investir na educação”, disse Lula.

“Nós temos que exportar agronegócio e utilizar o dinheiro que entra no Brasil para investir em educação. Para a gente ser competitivo com a China na produção de carro elétrico, de baterias, na construção de IA. Ninguém vai dar isso de graça para nós. Nós temos que buscar a confiança de parceiros para que eles possam compartilhar conosco aquilo que eles sabem fazer. É isso que nós estamos fazendo com a China”, emendou.

Oportunidades mapeadas e acordos bilaterais

A ApexBrasil identificou mais de 400 oportunidades para expandir os negócios entre Brasil e China, com destaque para o agronegócio. Um dos eventos previstos durante a missão empresarial inclui a inauguração de um escritório em Pequim voltado à promoção das exportações brasileiras de carnes.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também presente na comitiva, tem reuniões programadas com autoridades chinesas para avançar na redução de barreiras burocráticas à entrada de produtos biotecnológicos no mercado chinês.

A viagem de Lula deve culminar com a assinatura de diversos acordos bilaterais após o encontro com o presidente Xi Jinping. Esta será a terceira reunião entre os dois líderes desde o retorno de Lula à presidência em 2023. Também está no cronograma a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), reforçando o papel estratégico do Brasil na diplomacia multilateral.

Pergunte ao Chat ICL

[mwai_chatbot id="default" local_memory="false"]

Relacionados

Carregar Comentários

Mais Lidas

Assine nosso boletim econômico
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.