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Menos de 100 mil brasileiros têm mais de R$ 1 trilhão em offshores, aponta levantamento da Fazenda

Valores, no entanto, são de 2022, o que significa que o montante pode ser ainda maior.
17/05/2024 | 18h56
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Relatório da Receita Federal mostra que menos de cem mil contribuintes no Brasil têm patrimônio financeiro no exterior, nas chamadas offshores, equivalente a mais de R$ 1 trilhão. A informação foi divulgada ontem (16) pelo Ministério da Fazenda (saiba mais sobre o assunto clicando aqui).

Os valores, segundo a Fazenda, são de 2022, o que significa que o montante pode ser ainda maior.

Segundo os técnicos da pasta, a maior parte dos recursos está localizada em paraísos fiscais, em especial ilhas caribenhas, e parte do total é rendimento, capital aplicado ou aquisição de bens imóveis.

O diretor de programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária Daniel Loria explicou que os contribuintes que se encaixam nessa categoria têm até o dia 31 de maio para dizer à Receita Federal se querem fazer a atualização de bens e direitos no exterior. A esses contribuintes, foi reservada uma alíquota de 8% sobre os rendimentos na nova lei de offshores.

No fim do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que prevê a taxação das offshores e dos fundos exclusivos. A projeção inicial do governo era de que essa taxação  incrementasse a arrecadação em quase R$ 30 bilhões até 2025.

As offshores são investimentos no exterior. Já os fundos exclusivos são fundos de investimento personalizados para pessoas de alta renda.

No caso das offshores, antes da lei, a tributação sobre esses investimentos ocorria somente quando o lucro fosse transferido para a pessoa física no Brasil. Ou seja, se a pessoa decidir manter os recursos no exterior, a tributação poderia ser postergada ou nunca acontecer.

No entanto, a legislação permite que, caso o contribuinte não queira fazer a atualização, poderá ficar no modelo antigo. Contudo, caso os valores não sejam atualizados, terão de pagar 15% sobre o rendimento quando o dinheiro chegar ao Brasil.

Receita amplia prazo para contribuintes do Rio Grande do Sul até 31 de agosto

Para os contribuintes com patrimônio financeiro em offshores e moram no Rio Grande do Sul, o prazo para a entrega foi ampliado até o dia 31 de agosto, devido às enchentes que assolam o estado.

“A partir de 2024 vai ter de pagar de qualquer jeito. Todo mundo vai estar na regra nova a partir de 2024. Para o passado é que tem essa atualização”, pontuou Loria.

O diretor disse ainda não haver dados exatos sobre o número de declarantes e os valores nas adesões neste momento, mas que há “muita adesão agora”. Loria também destacou que a maior parte das declarações vai chegar nas duas últimas semanas do prazo para a entrega do documento.

Segundo ele, há potencial de receber aproximadamente 100 mil declarações, mas os números exatos só serão conhecidos no começo de junho.

Loria ainda pontuou que o contribuinte que fizer a atualização terá “uma série de vantagens”. Entre elas, a simplificação de tributação e possíveis mudança na legislação no futuro. Para ele, a opção pode ser muito atrativa aos investidores.

“Hoje, ele teria de pagar 15%, é um desconto de quase 50% da alíquota padrão”, defendeu.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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