A confiança do empresariado brasileiro sobre a economia encerrou 2024 em ritmo de estabilidade, mas há divergências em relação à percepção do presente e do futuro. Enquanto a confiança sobre o momento atual atingiu o melhor patamar desde 2013, o mesmo não acontece em relação ao futuro. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou leve queda de 0,1 ponto em dezembro, alcançando 97,3 pontos. Isso porque, de um lado, o Índice de Situação Atual (ISA-E) apresentou alta, enquanto o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) recuou, simbolizando a conjuntura atual, com a economia real aquecida e as projeções para ano, mais pessimistas.
“A confiança empresarial encerra 2024 indicando perda de fôlego da retomada observada ao longo do ano. A virtual estabilidade de dezembro ocorre pela combinação de melhora dos indicadores sobre o momento presente e piora nas expectativas. Por um lado, os empresários têm reportado sinalização de demanda aquecida, retratando o ritmo favorável da economia brasileira. Por outro lado, a piora nas expectativas, disseminada entre os setores, sugere que 2025 será um ano mais desafiador. O cenário macroeconômico com aumento dos juros, dólar em alta e incerteza sobre sustentabilidade fiscal, contribui para maior cautela dos empresários na virada do ano”, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Confiança do empresariado: indicador de situação atual atinge 99,6 pontos
Uma mostra do presente é que o Índice de Situação Atual Empresarial avançou 0,7 ponto no último mês do ano, alcançando 99,6 pontos, o maior patamar desde dezembro de 2013, quando registrou 100,2 pontos. Tanto o indicador que avalia a percepção sobre a situação atual dos negócios quanto o que mede a demanda corrente registraram alta, avançando 0,5 e 0,9 ponto, respectivamente, para 99,0 e 100,1 pontos.
Três dos quatro indicadores apresentaram crescimento da confiança em dezembro.
A Indústria registrou o maior avanço, subindo 1,0 ponto e atingindo 99,6 pontos. Na sequência, o índice da Construção cresceu 0,9 ponto, para 96,6 pontos, enquanto o Comércio avançou 0,6 ponto, fechando em 93,3 pontos, ainda o menor entre os setores. Por outro lado, o setor de Serviços foi o único a registrar queda no período, com recuo de 0,6 ponto, encerrando o mês em 94,3 pontos.
Já o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) recuou 1,0 ponto, para 95,0 pontos, influenciado exclusivamente pela queda de 2,1 pontos no mês, para 94,9 pontos, do indicador que mede as expectativas com a evolução dos negócios seis meses à frente.
Clique aqui para ler o release na íntegra.
Leia também
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
‘Ovo político’: mudança climática, inflação e vendas aos EUA criam desafio para Lula
Exportação de ovos brasileiros para os EUA quase dobrou em um ano, enquanto preço do alimento disparou nos dois países
Lula assina decreto que antecipa 13º salário dos aposentados para abril e maio
Pelo cronograma tradicional, os valores seriam depositados somente no segundo semestre
Ministério Público do DF investigará compra do Banco Master pelo BRB
Banco de Brasília diz que informou TCDF sobre a operação