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Em 2022, sob Jair Bolsonaro, o Brasil liderou o ranking dos países com as contas de luz mais caras, comprometendo uma parcela significativa da renda dos cidadãos. Esta informação foi revelada em um estudo elaborado pela Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), que, com base em 33 países da OCDE, avaliou as tarifas residenciais consolidadas pela Agência Internacional de Energia em relação ao PIB per capita calculado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os dados mostram que os brasileiros comprometeram em média 4,54% de sua renda anual com o pagamento de contas de luz, um valor que supera consideravelmente países europeus como Espanha (2,85%), Alemanha (1,72%) e Luxemburgo (0,35%) – este último apresentando o menor custo proporcional ao rendimento.

Além disso, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) está analisando quatro processos que podem levar a grandes aumentos nas contas de luz nos estados da região Norte e Nordeste. O Amapá lidera com um possível reajuste médio de 44,4%, que está atualmente em consulta pública. Processos de revisão também estão em andamento para distribuidoras no Piauí, Rondônia e Acre. A escassez de chuvas no Norte do Brasil pode afetar até mesmo aqueles que residem distante da região. Esse cenário, aliado à necessidade de atualização das leis do setor elétrico, indica um provável aumento nas contas de luz, conforme alertado pela Aneel.

A privatização da Eletrobras durante o governo Bolsonaro é apontada como uma das principais causas do aumento nos preços mais recentemente. O então ocupante do Palácio do Planalto optou por privatizar a empresa no modelo “corporation”. Mesmo com o governo detendo cerca de 40% das ações da empresa, a decisão de privatização, segundo especialistas e eletricitários, foi um fator preponderante para a alta nas contas de luz. O governo atual, sob a presidência de Lula, busca restaurar os direitos ao voto proporcional para tentar reverter a situação.

No Brasil, a alta nos custos de energia é reflexo da falta de planejamento no setor. Um estudo recente da Serasa revelou que o país enfrenta um recorde de inadimplência nas contas de serviços essenciais. Notavelmente, 25% das dívidas pendentes estão relacionadas a despesas de eletricidade, água, gás ou telefone. (Com informações da Folha de S. Paulo).

Do Brasil 247

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