A economia da China começou o ano com um ritmo mais forte do que o esperado. De acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira (16), o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025, superando as projeções de analistas que previam uma alta de 5,1%.
Apesar do bom desempenho, o cenário não é totalmente otimista. A escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos segue como um fator de preocupação global e tem pressionado o governo chinês a buscar novas medidas de estímulo econômico.
Economia da China tem crescimento acima do esperado
O resultado do PIB veio acima das expectativas, surpreendendo positivamente o mercado. Segundo especialistas, esse desempenho foi impulsionado, em parte, pelo aumento nos gastos públicos e medidas fiscais adotadas por Pequim, que deram fôlego à economia, especialmente no mês de março.
Contudo, esse impulso pontual pode não ser suficiente para manter o ritmo ao longo do ano, como alerta o economista Zichun Huang, da Capital Economics: “A economia chinesa ganhou algum impulso em março devido ao apoio fiscal, o que ajudou os números do PIB a superarem as expectativas. Mas isso não foi suficiente para gerar um crescimento mais rápido no trimestre como um todo. Com as exportações prestes a enfraquecer, o crescimento ainda deve desacelerar este ano”.
Destaques por setor no mês de março:
- Produção industrial: avanço de 7,7% em relação ao ano anterior (acima da expectativa de 5,8%);
- Vendas no varejo: alta de 5,9%, superando a projeção de 4,2%;
- Investimentos em ativos fixos: crescimento de 4,2%, levemente acima dos 4,1% esperados;
- Setor imobiliário: queda de 9,9% no acumulado de janeiro a março.
Mesmo com os dados positivos, o mercado financeiro reagiu de forma tímida. O índice CSI300, que reúne as principais ações da bolsa de Shenzhen, caiu 0,8%, enquanto o Índice Composto de Xangai recuou 0,6%, refletindo ainda o nervosismo com a disputa comercial com os Estados Unidos.
Guerra comercial: uma batalha de tarifas
As tensões entre China e EUA se intensificaram no início de abril, quando o presidente Donald Trump anunciou uma nova rodada de tarifas sobre produtos chineses — que agora variam de 10% a 50%. Em resposta, Pequim impôs taxas equivalentes de até 34% sobre bens americanos.
Com a escalada, os EUA chegaram a aplicar tarifas de 145% sobre produtos chineses, e a China reagiu com taxas de 125% sobre itens norte-americanos, além de medidas adicionais, como proibir companhias aéreas de comprarem aeronaves da americana Boeing.
Em meio à guerra tarifária, uma decisão recente trouxe algum alívio para o setor de tecnologia. O governo dos EUA excluiu smartphones, notebooks e outros eletrônicos da lista de produtos atingidos pelas tarifas mais altas. A medida, anunciada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, protege produtos como o iPhone, que são fabricados majoritariamente na China.
No entanto, o próprio Trump afirmou no domingo (13) que os eletrônicos ainda não foram totalmente liberados do pacote tarifário, e que o governo avalia apenas reclassificar esses produtos em uma nova categoria de tarifas no futuro.
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