ouça este conteúdo
|
readme
|
As perdas das bolsas norte-americanas não pouparam nem mesmo o magnata Elon Musk, dono da Tesla, do X (antigo Twitter) e da SpaceX, que trabalha no governo do presidente dos EUA, Donald Trump. As ações da Tesla caíram mais de 15% no pregão de segunda-feira (10) e perderam toda a valorização obtida desde a eleição de Trump no ano passado.
A empresa fechou o pregão da véspera valendo US$ 714,6 bilhões, uma perda de US$ 130 bilhões em valor de mercado.
As ações da Tesla foram destaque no tombo de Wall Street desta segunda. As ações caíram 15% para US$ 222,15, pesando fortemente sobre o Nasdaq, que despencou 4% devido aos temores de que as tarifas de Trump contra grandes parceiros comerciais dos EUA pudessem levar o país a uma recessão.
Reportagem da agência Reuters mostra que a Tesla acumula a maior redução em seu valor de mercado entre as principais fabricantes de carros.
Os papéis da empresa subiram nas primeiras semanas após a eleição de Trump e chegou à marca de US$ 1,5 trilhão em valor de mercado em 17 de dezembro.
Passado o entusiasmo inicial, a montadora já registra uma queda de 52,4% em seu valor de mercado em três meses.
Outro elemento dentro desse caldeirão é que, além da diminuição das vendas e dos lucros, o mercado não está nenhum pouco entusiasmado com a atuação de Elon Musk no governo Trump.
O sul-africano Musk, considerado o homem mais rico do mundo, assumiu o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), a fim de dar conselhos para Trump sobre onde cortar gastos públicos.
O DOGE não chega a ser um órgão oficial, mas mostra o quanto o dono do X aumentou sua influência nos Estados Unidos. Influência comprada, digamos assim. Afinal, Musk gastou cerca de US$ 200 milhões em apoio a Trump, de acordo com a agência Associated Press.
Ações de Elon Musk na política têm desagrado investidores
No entanto, desde que tomou posse, as ações de Elon Musk na política, que incluem demissões em massa de funcionários do governo dos EUA, não estão agradando investidores, que estão preocupados que a política esteja distraindo o homem mais rico do mundo de sua principal fonte de receita.
O próprio Musk reconheceu na segunda-feira, em entrevista à Fox Business, que está gerindo seus negócios “com grande dificuldade” enquanto trabalha com a administração Trump. A fala aconteceu depois da perda de valor de mercado da companhia.
O declínio na capitalização de mercado da Tesla eclipsou o valor combinado de mercado de US$ 86 bilhões da Ford Motor e da General Motors.
Vale lembrar que o valor de mercado da Tesla não vem exclusivamente das vendas de carros elétricos. Segundo informações da agência Reuters, esse braço de negócios responde por cerca de 25% do escopo, com o restante baseado na promessa dos veículos totalmente autônomos, também chamados de robotáxis.
Porém, esses veículos ainda não foram lançados, mesmo tendo sido prometidos há quase uma década. Até o momento, somente os protótipos foram apresentados, em outubro de 2024, quando o próprio Elon Musk mostrou ao mundo o Cybercab.
Além do carro, Musk apresentou um robovan, que é um veículo maior e autônomo capaz de transportar até 20 pessoas. Ele também mostrou o robô humanoide Optimus da Tesla.
Donald Trump diz que comprará um Tesla para ‘apoiar’ Elon Musk
Trump anunciou que comprará “um Tesla novo” para demonstrar apoio a seu conselheiro e proprietário da marca de automóveis elétricos, Elon Musk.
“Vou comprar um Tesla novo amanhã de manhã como uma demonstração de confiança e apoio a Elon Musk, um verdadeiro grande americano”, publicou em sua rede Truth Social.
“Por que ele deveria ser punido por colocar suas tremendas habilidades para trabalhar e ajudar a TORNAR A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE???”, questionou o presidente.
Relacionados
Estados Unidos estão à beira da paralisação orçamentária
Disputa sobre orçamento no Senado pode levar ao shutdown, ou fechamento, da máquina estatal nos EUA
Lula fala em ‘reciprocidade e diálogo’ em momento de discussões sobre tarifas de Trump
Tarifas de 25% sobre aço e alumínio implementadas pelo presidente dos EUA entraram em vigor na quarta (12)
Trump desafia constituição e ordena prisão de manifestante pró-Palestina: ‘Primeira de muitas’
No momento de sua prisão, Khalil tinha um 'green card', de acordo com o sindicato Student Workers of Columbia