O dólar disparou ontem (17), chegando a bater na casa dos R$ 6,20, enquanto um perfil na rede social X postava declarações falsas atribuídas ao Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência da autarquia em janeiro de 2025.
Com 3,5 mil seguidores, a conta foi replicada por influenciadores e analistas financeiros, aumentando uma suposta incerteza no mercado.
Em uma das falas falsas, Galípolo teria se referido ao dólar como “moeda estadunidense” e projetado sua cotação em R$ 5, o que teria causado agitação entre investidores e analistas econômicos. Em outra declaração (falsa), o economista teria dito que “a moeda dos Brics nos salvaguardaria da extrema influência que o dólar exerce no nosso mercado”.
O analista de redes sociais com ênfase em política e comentarista do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Pedro Barciela, demonstrou seu repúdio à divulgação de fake news envolvendo o futuro presidente do BC. “É um ataque especulativo feito por atores da fintwit, no X, usando declarações falsas atribuídas ao Gabriel Galípolo. Muitos deles apagaram as publicações, outros já excluíram os perfis. O ataque durou menos de duas horas”, pontuou. “Os atores engajados com esses conteúdos, posteriormente desmentidos, são extremamente atuantes, com uma atuação extremamente ideológica camuflada de análise técnica. Diversos deles já apagaram — ou pensam que apagaram — os conteúdos.”
O perfil disse que “reitera seu compromisso com o jornalismo responsável e a rigorosa verificação das fontes”. “Repudiamos qualquer tentativa de descredibilizar nossa atuação, pautada pela transparência e pelo compromisso com a informação precisa de qualidade”.
Atualmente, o Banco Central é presidido por Roberto Campos Neto, que tem mandato até 31 de dezembro. Aprovado por 66 votos a favor e 5 contrários no Senado, em votação secreta, no mês de outubro, Galípolo foi indicado pelo presidente Lula (PT) e ficará no cargo até dezembro de 2028.
Ao fim do dia, o dólar acabou fechando estável a R$ 6,09.
Calejón comenta fake news envolvendo Galípolo: “É preciso dar nome para o mercado”
O jornalista e comentarista do ICL Notícias 1ª edição Cesar Calejon disse que “é importante que a gente comece a dar nome para o mercado. Quem é o mercado? Tem uma frase do Edu [Eduardo Moreira, economista e fundador do ICL] que diz: ‘se você quer entender o mercado, troque pelas pessoas mais ricas dessa sociedade’. E quem são as pessoas mais ricas?”, disse durante participação na edição desta quarta-feira (18) do programa.
Na sequência, ele complementa: “São as principais empresas, fundos de investimentos, instituições financeiras”, frisou.
Segundo ele, o mercado, que vem pressionando o governo de todos os lados promovendo um ataque especulativo sob o argumento de que é preciso equilibrar as contas públicas, manipula o dólar e a Bolsa brasileira para promover um “ataque especulativo, para estourar o dólar, desestabilizar a macroeconomia e comprometer em ampla medida a própria atuação do governo federal”.
“Precisar das nomes para que eles parem de ficar se articulando na sombra”, completou Calejon.
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