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Febraban diz que novo consignado vai reduzir taxas; Caixa vai baixar juros à metade

O presidente do banco público, Carlos Vieira, afirmou, em entrevista ao O Globo, que a base de clientes da instituição na modalidade não chega a 100 mil
14/03/2025 | 17h21
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O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, que o novo consignado, lançado na quarta-feira (12), vai reduzir a taxa de juros da modalidade. Ele também acredita que a inadimplência nos empréstimos pessoais vai cair.

Segundo ele, os bancos têm todo o interesse em oferecer o crédito em linhas mais acessíveis.

No lançamento do novo consignado, iniciativa batizada de “Crédito do Trabalhador”, o presidente Lula (PT) alertou que o povo “não pode gastar o que não tem”.

“O empréstimo é muito bom quando a gente pega para utilizar em uma coisa que vai aumentar o nosso patrimônio. A gente não pode ficar habituado a pegar o empréstimo para pagar outro empréstimo – a gente não vai melhorar a vida assim. A gente tem que fazer o empréstimo para comprar alguma coisa que melhore a nossa capacidade de viver melhor”, alertou Lula em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.

Atualmente, os juros do consignado privado estão em 2,92% ao mês, ou 41,23% ao ano, na média calculada pelo Banco Central. Em comparação, a média do consignado para funcionários públicos é de 1,82% ao mês, ou 24,16% ao ano.

Na avaliação do presidente da Febraban, a taxa do consignado privado tende a cair na nova modalidade por conta da redução do custo operacional das instituições, que não terão mais que firmar convênios com diversas empresas distintas.

Outro aspecto apontado por ele é que o risco de inadimplência do empréstimo será menor, já que o ofertante analisará o perfil da empresa e do trabalhador, e o trabalhador pode carregá-lo ao mudar de emprego ou usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia, em caso de demissão.

“Há uma aposta que estamos fazendo, com bastante racionalidade econômica, de que, na medida em que haja uma centralização e uma padronização da gestão da consignação, caminhemos para patamares de juros menores. O quão menores vai depender da maturação e da consolidação da nova linha e da política de crédito de cada banco”, afirmou Sidney.

O novo consignado estará disponível a partir do dia 21 de março para todos os trabalhadores formais, um total de 47 milhões de pessoas, por meio da Carteira de Trabalho Digital (clique aqui para saber mais detalhes do produto).

Caixa vai focar no novo consignado, oferecendo juros à metade

Em entrevista do jornal O Globo, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou que o banco vai focar na nova modalidade de crédito a trabalhadores da iniciativa privada pela metade dos juros.

Atualmente, a base de clientes da instituição na modalidade consignado não chega a 100 mil trabalhadores, em um universo de 3,8 milhões de pessoas com contratos ativos na linha de crédito.

Devido à livre concorrência entre os bancos no novo modelo e o acesso mais amplo à população, Vieira acredita que, com juro menor, a base de clientes deve crescer de quatro a cinco vezes em um ano.

A expectativa é que a taxa cobrada pelo banco caia à metade, de um intervalo de 6% a 8% por mês para 2% a 3%.

“A Caixa quer ser um dos maiores protagonistas desse mercado, que hoje não é muito grande para o banco. Temos uma possibilidade muito grande de avançar nesse mecanismo de crédito. Nós temos hoje na Caixa uma base que não chega a 100 mil no consignado privado. No mínimo, multiplicamos essa base em um ano por quatro ou cinco vezes”, afirmou.

Segundo ele, a Caixa tem cerca de R$ 1,3 trilhão em crédito. “Temos outras linhas que estão começando a ganhar musculatura”, completou.

Por isso, ele avalia que o banco está em linha com a vontade do presidente Lula: a de que os bancos sejam usados como indutores no processo do novo consignado.

Saque-aniversário

Quem aderiu ao saque-aniversário poderá recorrer ao novo consignado, conforme o plano anunciado pelo governo.

Sobre a medida que permitiu o saque do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aos trabalhadores demitidos sem justa causa de janeiro de 2020 até 28 de fevereiro deste ano, o presidente da Caixa disse que, em uma semana, o banco liberou R$ 4,5 bilhões para quem tinha direito ao resgate.

“Foi um sucesso. Não teve fila, não teve nada. Dos R$ 4,6 bilhões destinados a crédito em conta na Caixa e em outros bancos na primeira etapa, foram creditados R$ 4,5 bilhões (97%). Até o dia 10, cerca de 10 milhões de trabalhadores sacaram os recursos”, afirmou.

 

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