De acordo com as novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida pública do Brasil atingirá 92% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e alcançará 97,6% nos próximos cinco anos. O resultado primário só deverá voltar a ser positivo em 2027, segundo as estimativas.
As novas projeções constam do relatório Monitor Fiscal, publicado nesta quarta-feira (23) em paralelo às reuniões anuais do FMI, que acontecem nesta semana em Washington, nos Estados Unidos.
A previsão do FMI para a dívida bruta do Brasil em 2024 aumentou em comparação à estimativa anterior, divulgada em abril, passando de 86,7% para 87,6% do PIB.
O FMI disse que, em países onde a dívida tende a aumentar ainda mais, como Brasil, França, Itália, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, postergar medidas de ajuste fiscal pode ser oneroso.
A dívida pública global deverá se igualar à economia mundial neste ano, com o aumento da dívida sendo amplamente impulsionado pela China e pelos Estados Unidos, afirmou o relatório. “Os níveis de dívida pública estão elevados em todo o mundo e devem superar US$ 100 trilhões em 2024. Após uma queda em 2021-2022, a dívida pública global voltou a subir em 2023 e a projeção é que se aproxime de 100% do PIB até 2030, com as duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos, sendo as principais responsáveis por esse aumento”, afirmou o relatório.
A dívida está projetada para se estabilizar ou diminuir até 2029 em cerca de dois terços dos países do mundo, acrescentou o relatório.
Projeções do FMI para dívida pública chegam enquanto equipe econômica prepara pacote de corte de gastos
O Fundo está menos pessimista quanto às metas fiscais do país em 2024 e espera que o Brasil tenha déficit primário de 0,5% do PIB neste ano, menor que o de 0,6%, divulgado no relatório anterior, de abril. Para 2025, porém, mais do que dobrou a sua projeção de déficit primário, para 0,7% do PIB ante 0,3%.
No cenário desenhado pelo organismo, o Brasil não conseguirá voltar ao azul com Lula 3. Em 2026, último ano de sua gestão, o País ainda deve estar no vermelho, com déficit primário de 0,6%. O pivô deve ocorrer somente a partir de 2027, quando o Brasil é esperado para entregar superávit primário de 0,1% do PIB.
As projeções mais pessimistas do FMI são reveladas enquanto a equipe econômica está debruçada em um pacote de corte de gastos, previsto para ser anunciado após o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Brasil.
Ele está em Washington nesta semana para participar das reuniões anuais do Fundo e também de compromissos relacionados ao G20, do qual o Brasil detém a presidência neste ano.
Questionado sobre as medidas, Haddad não quis antecipar detalhes. “Eu tenho reuniões agendadas, tanto com os demais ministérios quanto com o presidente da República. Então, nós temos aí um caminho a percorrer”, disse o ministro, a jornalistas, em Washington, na terça-feira (22).
Com informações do Brasil 247 e da CNN
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