O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para cima a projeção de crescimento da economia brasileira em 2024 em um patamar até mesmo maior do que o projetado pelo governo. Agora, o organismo internacional prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro vai apontar alta de 3,7%, ante 3,0% da estimativa de outubro passado. A projeção está no relatório “Perspectiva Econômica Global“, divulgado nesta sexta-feira (17).
A equipe econômica do governo Lula (PT) projetou avanço de 3,3% do PIB em 2024, enquanto o Banco Central estimou em 3,5%.
Porém, o FMI manteve o cenário previsto de desaceleração da economia para 2025, com alta de 2,2%. Para 2026, reduziu a conta em 0,1 ponto percentual, passando a ver uma expansão da economia também de 2,2%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vai divulgar os dados do PIB do quarto trimestre e do acumulado de 2024 em 7 de março.
No terceiro trimestre, a expansão do PIB ficou em 0,9% na comparação com os três meses anteriores. No acumulado do ano até setembro, o Brasil acumula crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2023.
A expectativa para o quarto trimestre é de desaceleração gradual da economia no final do ano passado, como reflexo do início do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, em setembro. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano.
FMI: mesmo com política monetária mais contracionista, economia segue firme
Apesar da alta da taxa básica de juros, a economia brasileira segue aquecida em meio a um mercado de trabalho saudável e aumento da renda, o que por sua vez gera pressão inflacionária.
Ontem (16), o BC informou que IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma espécie de termômetro do PIB, avançou 0,1% em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado, melhor do que a expectativa de estagnação.
Em relação aos demais países da América Latina, o FMI projeta que a economia mexicana registre crescimento de 1,8% em 2024, de 1,4% em 2025 e de 2,0% em 2026.
Como um todo, a economia da AL e Caribe deve registrar expansão de 2,4% em 2024, indo a 2,5% e 2,7%, respectivamente, em 2025 e 2026. O cenário para o ano passado foi melhorado ante 2,1% antes, mas para os outros anos não houve alteração.
A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, permaneceu em 4,2% para 2024. “Nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o crescimento em 2025 e 2026 deve igualar amplamente o de 2024”, disse o organismo internacional.
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