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Em pronunciamento em rede nacional na noite desta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou as medidas do esperado pacote de corte de gastos. Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem pressionado o governo. Em um claro movimento especulativo, o dólar fechou na quarta em R$ 5,912 com a notícia de que o ministro anunciaria também a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o que realmente aconteceu.

As medidas anunciadas por Haddad incluem:

  • Valorização do salário mínimo acima da inflação, como já acontece, mas, a partir de agora, dentro das novas regras do arcabouço fiscal, ou seja, até 2,5% acima da inflação.
  • Aperfeiçoamento dos mecanismos de controle, que, segundo o ministro, foram desmontados no período anterior, de benefícios como o BPC.
  • Abono salarial para quem ganha até R$ 2.640,00. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio.
  • Para as aposentadorias militares, haverá a instituição de uma idade mínima para a reserva e a limitação de transferência de pensões.
  • Combate aos supersalários, garantindo que todos os agentes públicos estejam sujeitos ao teto constitucional.
  • Crescimento do montante global das emendas parlamentares abaixo do limite das regras fiscais. Além disso, 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública, reforçando o SUS.

Corte de gastos: quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará mais imposto de renda

Vale lembrar que o presidente Lula, por diversas vezes, se mostrou incomodado com a pressão do mercado pelo corte de gastos, que chegou a chamar de hipocrisia, já que grandes corporações e o próprio sistema financeiro se beneficiam de isenções fiscais das quais não querem abrir mão.

Em resposta, e também cumprindo uma promessa de campanha do presidente, Haddad anunciou a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

“A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados”, explicou Haddad.

As medidas dependem agora de aprovação pelo Congresso Nacional e, por isso, foram apresentadas aos presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) em reunião nesta quarta, com Haddad e Lula.

Assista ao pronunciamento na íntegra:

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