O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (28) durante entrevista coletiva sobre o pacote de ajuste fiscal, que está “muito seguro” em relação ao cumprimento da meta fiscal pelo governo federal em 2025.
“Neste ano, já bloqueamos alguma coisa em torno de R$ 20 bilhões para cumprir o arcabouço fiscal. Só de calote, nós pagamos mais de R$ 100 bilhões. Entre estados e precatórios, tivemos que indenizar R$ 120 bilhões de calote dado pelo governo anterior”, disse Haddad.
“Era um desafio grande trazer o déficit para perto do equilíbrio e estamos conseguindo fazer isso. Estamos com meta zero e banda de 0,25% do PIB”, prosseguiu o ministro.
“No ano que vem, estou muito seguro de que, com as medidas que estão sendo tomadas, também vamos ter êxito em cumprir as metas. Sabendo que, em caso de não cumprimento, tem uma série de gatilhos que são disparados para que ela venha a ser respeitada”, afirmou Haddad.
“Eu não acredito que [os gatilhos] vão disparar no ano que vem, porque estou bastante seguro. Tanto do ponto de vista da despesa, quanto da receita”, continuou o chefe da equipe econômica.
Na entrevista coletiva, Haddad disse ainda que o governo vem “fazendo o trabalho para que elas [receita e despesa] se encontrem de forma sustentável”.
“Sem necessidade de vender patrimônio público para maquiar, sem necessidade de não pagar despesas previstas em lei. Esse tipo de maquiagem que foi feita, de contabilidade criativa que foi feita recentemente, não estamos prevendo nada disso”, concluiu Haddad.
A meta fiscal é a diferença entre o que o governo pretende arrecadar e o que o pretende gastar. Para 2025, a meta estipulada é de déficit primário zero – ou seja, o governo espera gastar exatamente aquilo que arrecadar, sem aumento da dívida pública.
Rui Costa: governo tem responsabilidade com meta fiscal
Também na entrevista coletiva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reafirmou que há um “compromisso” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministérios com a responsabilidade fiscal.
“Acho que não soma para o país esse tipo de abordagem de que existem ‘chapeuzinhos vermelhos’ e ‘lobos maus’ dentro do governo. Aqui, todos nós temos responsabilidade com esse país. Está se fazendo hoje de forma clara e objetiva um aceno para responder a um mercado que, pelo texto que vocês publicam, estava precificando no presente uma possibilidade de desequilíbrio futuro das contas públicas. Aqui esta se garantindo que esse desequilíbrio de longo prazo não ocorrerá”, disse.
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