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O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (17), considerado o termômetro do PIB, mostrou expansão de 0,9% em janeiro, na comparação com o mês anterior. Essa foi a maior alta do IBC-Br desde junho do ano passado, quando houve uma alta de 1,1%.
Na comparação com janeiro do ano passado, o indicador alcançou aumento de 3,6%, segundo o Banco Central. Já em doze meses até janeiro de 2025, a alta foi de 3,8%.
O ritmo de crescimento da economia brasileira surpreendeu os economistas ao registrar uma expansão de 3,4% em 2024, bem acima das expectativas iniciais.
Selic alta deve impactar PIB de 2025
O economista do ICL, André Campedelli, explicou na edição do dia 7 de março do programa Mercado e Investimentos que estamos em uma das melhores sequências de crescimento econômico dos últimos tempos e, segundo ele, isso se deve ao incremento do gasto público.
“Agora a gente já vê o gasto público gerando sua própria demanda e até o setor privado crescendo bastante neste momento. (…) Mas agora a gente está vendo uma Selic muito elevada, uma tendência de redução no ritmo do gasto público para seguir as normas do arcabouço fiscal”, explicou. Neste sentido, Campedelli acredita no quebra desse ritmo de crescimento, inclusive porque a Selic alta vai impactar também no fôlego do setor privado.
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano. O BC já subiu os juros em quatro oportunidades seguidas, e indicou uma nova alta para a próxima quarta-feira (19), quando a taxa básica da economia atingirá, se confirmado, 14,25% ao ano.
Outro fator que atua para conter o crescimento são as incertezas no cenário internacional, por conta de tensões comerciais decorrentes da política adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Há temor de recessão nos EUA, o que poderia “contaminar” a economia global.
Para 2025, a projeção do mercado financeiro é de uma expansão de 1,99%, bem abaixo do crescimento registrado no ano passado.
Cálculo
Os resultados do IBC-Br podem ser considerados termômetro do PIB, mas o cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
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