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Imposto de 5% sobre super-ricos do G20 acabaria com a fome, aponta Oxfam

Entidade revela ainda que tributo também ajudaria países de baixa e média renda a se adaptarem às mudanças climáticas
27/02/2024 | 15h42

Um relatório da Oxfam Brasil aponta que a criação de um imposto de 5% sobre as pessoas mais ricas do G20 arrecadaria dinheiro suficiente para acabar com a fome global e também ajudaria países de baixa e média renda a se adaptarem às mudanças climáticas.

Imposto sobre os mais ricos

O documento foi divulgado às vésperas da primeira reunião dos ministros de Economia e presidentes de Bancos Centrais do G20. O evento será realizado nesta semana, em São Paulo. A informação é da Folha de São Paulo.

Segundo a Oxfam, o imposto arrecadaria cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 7,5 trilhões) por ano. O montante também permitiria que o mundo cumprisse as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e investisse US$ 546 bilhões em serviços públicos e ação climática nos países do G20.

A entidade aponta, ainda, que diversas pesquisas revelam que a maioria das pessoas em diversos países apoia um aumento dos impostos sobre os mais ricos.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), citados pela Oxfam, a tributação sobre a riqueza nos países do G20 corresponde a um quarto da arrecadação sobre o consumo. Com isso, os impostos acabam pesando mais sobre a população mais pobre.

Segundo a Oxfam, 32% da arrecadação dos países que compõem o G20 são da tributação de bens e serviços, como alimentos e outros itens essenciais que têm impacto maior sobre as famílias de baixa renda, enquanto somente 8% vem de tributos sobre renda e patrimônio.

A taxa máxima de imposto sobre o rendimento pessoal em 1980 era de 59,5%, em média, em 17 países do G20. Em 2022, esse teto era de 40,4%.

“Um sistema justo de impostos poderia frear as desigualdades e promover sociedades mais saudáveis e inclusivas”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.

Desigualdade maior

Um relatório da própria Oxfam Brasil, chamado de Desigualdade S.A, divulgado no mês passado, aponta que a desigualdade global está agora em um nível comparável à encontrada na África do Sul, o país mais desigual do planeta e a pobreza nos países de renda mais baixa é ainda maior do que era em 2019.

O documento diz que “a distância entre o Norte e o Sul do mundo aumentou pela primeira vez em 25 anos”. Desde 2020, quase 5 bilhões de pessoas em todo o planeta empobreceram.

“A fortuna dos cinco bilionários mais ricos do mundo mais do que dobrou desde o início desta década, enquanto 60% da humanidade ficou mais pobre”, diz o relatório.

O levantamento da Oxfam ressalta que os preços estão ultrapassando os salários, e centenas de milhões de pessoas têm dificuldades de fazer com que seus ganhos rendam um pouco mais a cada mês.

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