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Índice IBCR mostra crescimento regional desigual no Brasil e dependente do agronegócio

Dados foram compilados por economistas do ICL, que apontaram o agronegócio como grande impulsionador do crescimento de algumas regiões do país
19/08/2022 | 17h58
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Dados do Boletim Regional do Banco Central, divulgado esta semana, mostram que as regiões brasileiras apresentaram crescimento desigual no primeiro trimestre deste ano. A autoridade monetária usa o índice IBCR (Índice de Atividade Econômica Regional), indicador próprio, como ferramenta para medir o crescimento regional. Conforme o último resultado do IBCR, foi constatado crescimento nas regiões centro-oeste (0,7%), nordeste (1,8%) e sudeste (1,7%), como resultado das safras, que não sofreram impactos climáticos adversos nessas localidades.

Por outro lado, as regiões sul e norte apontaram queda de, respectivamente, 2,8% e 0,2%, devido a problemas climáticos que afetaram principalmente a colheita na região sul do país. De modo geral, outro problema responsável pelo impacto mais negativo do IBCR nessas regiões foi a desaceleração da economia chinesa, reduzindo a compra de minerais extrativos.

Os dados do boletim sobre o IBCR foram compilados pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli, no “Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado”.

indicador IBCR emprego

Gráfico mostra como a criação de empregos se comportou no primeiro trimestre nas regiões. Fonte: Banco Central do Brasil

Um aspecto positivo apontado no levantamento do IBCR foi a melhora no índice de desemprego em todas as regiões no período avaliado, sendo que a concentração de melhores altas ocorreu nas regiões norte e centro-oeste, onde foram apontados crescimento de 2%, acima, portanto, da média nacional, 1,4%.

Por sua vez, o nordeste apresentou o mesmo crescimento do emprego, de 1,4%, enquanto na região sudeste houve aumento de 1,3%, e na sul, de 1,1%. “A melhora do desemprego ocorreu mesmo sem que o ritmo de atividade econômica tivesse melhorado nas regiões norte e sul”, dizem os economistas na publicação.

Na região norte, índice IBCR mostra impacto da desaceleração da economia chinesa no crescimento da região

Em relação à região norte, a queda na venda de minerais metálicos medida pelo IBCR foi a responsável pela redução da atividade econômica no período avaliado. A baixa teve como consequência a desaceleração da economia chinesa, grande compradora de minerais da região.

“Em março, foi possível observar uma queda de 2,5% da indústria geral, que foi puxada principalmente pela indústria extrativa, com recuo de 3,7%. Com isso, o nível de exportações sofreu forte queda, de 15,3% no mês de março, sendo que ocorreu um acréscimo substancial das importações, gerando um saldo 50,6% menor em março na balança comercial”, avaliam os economistas.

No nordeste, o efeito da redução da atividade industrial extrativa acabou gerando menos efeitos na economia local de modo geral, uma vez que a região é menos dependente dessa atividade e tem sua economia mais pautada na agropecuária e na indústria de transformação.

Por outro lado, os dois ramos de atividades que mostraram melhor desempenho foram a produção de grãos no nordeste, que aumentou 9,9% no primeiro trimestre, enquanto a indústria de transformação cresceu 3,1%, ocasionando um aumento de 2,2% na indústria geral. Esses resultados foram consequência da elevação de 1,8% da atividade econômica da região, o melhor desempenho entre todas as regiões brasileiras.

Por sua vez, na região centro-oeste o grande impulsionador foi o agronegócio, com a safra recorde de grãos observada, com crescimento de 11,7% no mês de março deste ano. “Além disso, tanto a indústria extrativa quanto a de transformação obtiveram bons resultados, de 6% e 3,3% respectivamente, levando a indústria geral a um resultado de 3,3%”, pontuam Deborah e André.

Segundo os economistas, a indústria extrativa da região apresentou situação diferente do norte do país, pois é mais pautada na extração de bens de origem animal, que pouco sofreram com problemas no comércio internacional no começo deste ano.

Por fim, as regiões sul e sudeste tiveram queda considerável em suas atividades econômicas, de acordo com o IBCR. No primeiro caso, houve redução considerável da atividade econômica, de 2,8%. A região foi a que mais sofreu com os problemas climáticos apresentados no começo do ano no país, o que reduziu bem sua safra de grãos, que caiu 14,5% em maio. “Mesmo assim, a região conseguiu apresentar um bom resultado com a melhora das exportações e importações, que cresceram 41% e 18%, respectivamente”, dizem os economistas. Contudo, apesar do volume maior, o saldo da balança comercial foi negativo para a região.

Em relação à região sudeste, houve bom desempenho principalmente do setor de serviços, que elevou 1,9% no primeiro trimestre, enquanto o comércio subiu 1,7% e a indústria, 1,6%. O aumento dos componentes mais importantes do PIB (Produto Interno Bruto) proporcionou um crescimento de 1,7% da região no período.

Redação ICL Economia
Com informações do Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado

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