Em dia de decisão dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, os índices futuros dos EUA e as bolsas da Europa amanhecem no campo positivo, nesta quarta-feira (13). A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve) deve ser anunciada às 16h, seguida de uma entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell.
Por lá, a expectativa é que o Fed mantenha as taxas de juros em uma banda de 5,25% a 5,50% ao ano, diante dos indicadores recentes mostrando resiliência da economia norte-americana.
Na Europa, também são aguardadas para esta quinta-feira (14) as decisões sobre os juros do BCE (Banco Central Europeu) e o BoE (Banco da Inglaterra). Na sexta-feira, será a vez do banco central chinês.
Ante os sinais de arrefecimento econômico e de moderação dos preços, os bancos centrais devem manter os juros inalterados. Espera-se, porém, que tentem esfriar um mercado que subiu muito rapidamente, enviando aos investidores indicações de que os cortes das taxas podem demorar mais tempo para se materializar.
Alguns analistas contam que essa possibilidade comece já em maio. Mas os últimos dados de inflação dos EUA levantam dúvidas sobre a chance de uma mudança agressiva da política do Fed.
Ainda na Europa, a economia do Reino Unido encolheu mais do que o esperado em outubro, sentindo o impacto dos empréstimos elevados e do tempo chuvoso. O PIB (Produto Interno Bruto) caiu -0,3%, contrastando com o avanço de +0,2% em setembro. A queda foi a primeira desde julho e excedeu a projeção de declínio de -0,1% feita pelos economistas.
Por aqui, os olhares também se voltam para a divulgação da taxa básica de juros, a Selic, pelo Copom (Comitê de Política Monetária). O consenso do mercado é de corte de 0,50 ponto percentual, conforme reiteradamente sinalizado pelo próprio colegiado na última decisão. Confirmado o corte, a Selic chegaria ao patamar de 11,75% ao ano.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira em queda de 0,40%, aos 126.403 pontos, após a divulgação dos dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos, e à espera da ‘Super Quarta’ hoje (13), quando serão divulgadas as decisões dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos sobre as taxas de juros.
Os investidores repercutiram ontem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou avanço levemente abaixo do esperado para novembro. O indicador avançou 0,28% em novembro, enquanto a expectativa era de alta de 0,29%, puxado pela alta dos preços dos alimentos.
Nos Estados Unidos, a inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em novembro, após mostrar estabilidade em outubro, segundo dados com ajuste sazonal divulgados hoje pelo Departamento do Trabalho americano. Ante outubro de 2022, a alta foi de 3,1%.
Nas negociações do dia, o dólar encerrou cotado a R$ 4,9664, com avanço de 0,60% no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa operam no terreno positivo, enquanto os investidores aguardam a última decisão de política monetária do ano do Fed e permanecem à espera das decisões do BCE, do BoE e do Banco Nacional Suíço amanhã (14).
O PIB do Reino Unido contraiu 0,3% em outubro, ante projeção de manutenção pelos economistas. Os setores de serviços, produção e construção do país estão encolhendo, conforme mostram os novos dados do Office for National Statistics, divulgados hoje.
A queda mensal segue-se ao crescimento de 0,2% em setembro.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,27%
DAX (Alemanha), +0,16%
CAC 40 (França), +0,37%
FTSE MIB (Itália), +0,29%
STOXX 600, +0,22%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta, com investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).
Na véspera, as ações dos Estados Unidos fecharam nos maiores níveis de 2023, depois que dados de inflação pouco alteraram as opiniões do mercado sobre quando o Federal Reserve cortará os juros.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,14%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,13%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,15%
Ásia-Pacífico
Os mercados asiáticos fecharam mistos, com destaque para ações da China liderando as quedas.
Por lá, enquanto aguardam a decisão do banco central dos EUA hoje, que impacta o mundo todo por se tratar da maior economia do mundo, ele digerem o plano de Pequim para impulsionar a demanda interna.
O governo chinês busca impulsionar a demanda interna, dar prioridade ao desenvolvimento de setores estratégicos e enfrentar a crise imobiliária do país, na sequência de uma reunião importante que definiu as prioridades econômicas para 2024.
As medidas declaradas por Pequim estavam em grande parte alinhadas com as expectativas do mercado, de acordo com o BofA Global Research. “Não esperamos que seja lançado um pacote de política ‘bazuca’ com expansão fiscal agressiva ou cortes nas taxas.”
Shanghai SE (China), -1,15%
Nikkei (Japão), +0,25%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,89%
Kospi (Coreia do Sul), -0,97%
ASX 200 (Austrália), +0,31%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com baixa, com os dados de inflação alimentando a ansiedade entre os investidores de que o Federal Reserve pode não estar pronto para aliviar as taxas de juros.
Petróleo WTI, -0,70%, a US$ 68,13 o barril
Petróleo Brent, -0,68%, a US$ 72,74 o barril
Agenda
Nos EUA, são aguardados para hoje o índice de preços ao produtor e, mais importantes, a decisão de taxa de juros pelo Fed, com projeção de manutenção entre 5,25% e 5,5%, com coletiva de imprensa do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na sequência.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Senado aprovou ontem (12), por 37 votos a 27, a emenda que retirou do projeto de lei das apostas esportivas a inclusão de jogos on-line nessas bets. A emenda é do líder do PL, Carlos Portinho (RJ), que retirou do texto a regulamentação da taxação sobre jogos on-line (ou seja, cassinos). A cobrança de imposto continuará apenas para os chamados “eventos reais”, ou seja, uma partida de futebol ou basquete. Na seara econômica, sai a decisão do Copom sobre a taxa Selic e, também, a Pesquisa Mensal de Serviços pelo IBGE.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg
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