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Economia

Índices futuros e bolsas da Europa em queda; ata do Copom é destaque no Brasil

Mercados ainda repercutem as consequências em torno do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump
04/02/2025 | 08h22

Os índices futuros dos Estados Unidos e as bolsas europeias estendem a queda da véspera, nesta manhã de terça-feira (4), após a China anunciar que vai impor tarifas sobre as importações de produtos dos EUA, um revide ao tarifaço do presidente Donald Trump contra o país asiático.

O governo chinês vai aplicar tarifas de até 15% sobre as importações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de um aumento de 10% nos impostos sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e carros selecionados, a partir de 10 de fevereiro.

Além da China, Trump também anunciou sobretaxas sobre produtos importados do México e Canadá, o que levou os mercados a fecharem em queda ontem. Contudo, os Estados Unidos conseguiram um acordo com o México e com o Canadá, por meio do qual concordaram em pausar por um mês a aplicação dos novos impostos, o que fez o dólar despencar ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil.

Trump relatou em sua rede Truth Social ontem, que aceitou o adiamento depois que o Canadá se comprometeu a intensificar o combate à entrada de drogas ilegais nos EUA — um dos principais argumentos do americano para impor as tarifas. Do México, o norte-americano conseguiu o compromisso de mais fiscalização na fronteira entre os dois países para evitar a entrada irregular de imigrantes mexicanos nos EUA.

Com a China, ainda não houve nenhum sinal de que ambos devem chegar a uma negociação, uma vez que há questões de disputa geopolítica por detrás do ato de Trump.

Na seara corporativa, segue a temporada de balanços nos EUA, com a divulgação, hoje, dos dados da Alphabet (GOGL34), controladora do Google. No âmbito macro, o relatório de empregos JOLTS também será divulgado hoje.

Por aqui, as atenções de investidores se dividem entre a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que deve trazer mais detalhes sobre a decisão de política monetária. Também saem os preços ao produtor de dezembro e a dívida, também de dezembro.

Brasil

A semana não começou fácil para os mercados globais. Desde a manhã de segunda-feira (3), os principais indicadores caíam em reação ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, feito no sábado (1º), de que passaria a impor tarifas mais pesadas a produtos importados de México, Canadá e China. O revide anunciado por esses países trouxe apreensão de que poderia começar uma guerra fiscal com potencial para escalar globalmente.

O dia agitado respingou por aqui, mas em menor dose. O Ibovespa fechou o pregão do dia com baixa de 0,13%, aos 125.970,46 pontos, em meio às incertezas sobre o tarifaço de Trump, e com expectativas pelo relatório de produção da Petrobras depois do fechamento do mercado financeiro.

Já o dólar à vista encerrou as negociações cotado em R$ 5,8160, com baixa de 0,35%, a 11ª queda consecutiva.

Europa

As bolsas europeias operam no campo negativo, com os investidores acompanhando os desdobramentos do tarifaço anunciado por Donald Trump e sua promessa de que o próximo alvo serão países europeus.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,39%
DAX (Alemanha): -0,05%
CAC 40 (França): -0,08%
FTSE MIB (Itália): -0,37%
STOXX 600: -0,27%

Estados Unidos

Os índices futuros seguem no campo negativo, do mesmo modo como fecharam na véspera, com os agentes acompanhando as negociações em torno do tarifaço anunciado por Donald Trump.

Na seara da política monetária, o presidente do Fed (Federal Reserve Bank of Chicago), Austan Goolsbee, disse que o banco central deveria proceder com mais cautela na redução dos custos de empréstimos em meio à crescente incerteza introduzida pela administração Trump. Outros, como Raphael Bostic, Mary Daly e Philip Jefferson, do Fed, devem falar na tarde de hoje.

Dow Jones Futuro: -0,26%
S&P 500 Futuro: -0,21%
Nasdaq Futuro: -0,14%

Ásia

Com o mercado chinês ainda fechado devido ao feriado de Ano Novo Lunar, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2,83% enquanto a China impôs tarifas de até 15% sobre importações dos EUA, em resposta à sobretaxação de produtos chinesas. A medida coincide com a nova tarifa de 10% dos EUA sobre produtos chineses.

Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): +0,72%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,83%
Kospi (Coreia do Sul): +1,13%
ASX 200 (Austrália): -0,06%

Petróleo

Os preços do petróleo operam no vermelho, depois que a China anunciou a imposição de impostos sobre o petróleo bruto e o gás natural liquefeito dos EUA.

Petróleo WTI, -1,60%, a US$ 71,99 o barril
Petróleo Brent, -0,99%, a US$ 75,21 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, será divulgado hoje o relatório de empregos JOLTS, encomendas à indústria e também são aguardadas falas de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense).

Por aqui, no Brasil, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), garantiu na segunda-feira que o Parlamento vai avançar na agenda fiscal e voltou a bater na tecla da necessidade de respeito entre os poderes, em um claro recado ao Judiciário. “O brasileiro quer crescer, quer empreender, quer viver com dignidade. E nós temos que ser o instrumento para que isso aconteça. Vamos avançar na agenda fiscal, na geração de emprego e renda e no combate às desigualdades”, disse o senador em cerimônia de abertura do ano legislativo. “É essencial que cada poder respeite suas funções e limites. O Congresso tem sua autonomia e suas prerrogativas”, afirmou Alcolumbre na sessão, na presença do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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