Os índices futuros dos Estados Unidos e as bolsas da Europa desabam, nesta manhã de segunda-feira (3), depois do anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas a produtos importados de países como Canadá, México e China, que reagiram dizendo que também vão sobretaxar produtos estadunidenses.
No sábado (1º), Trump assinou uma ordem implementando uma tarifa de 25% sobre importações do México e Canadá, e uma tarifa de 10% sobre produtos da China.
As tarifas dos EUA, que entram em vigor nesta terça-feira (4), afetarão US$ 1,3 trilhão em produtos ou mais de 40% de todas as importações do país.
O republicano, no entanto, planeja conversar, nesta segunda-feira, com os governos de Canadá e México antes das tarifas entrarem em vigor.
Em reação ao anúncio de Trump, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou uma tarifa de retaliação de 25% aos produtos comprados dos Estados Unidos, enquanto a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, prometeu impor impostos retaliatórios.
O Ministério do Comércio da China, por sua vez, declarou que adotará “contramedidas correspondentes”, sem fornecer detalhes. Também afirmou que apresentará uma queixa à OMC (Organização Mundial do Comércio).
Por aqui, o dia começa com a divulgação do Boletim Focus do Banco Central. Na sequência, será publicado o PMI da indústria de janeiro.
No campo corporativo, após o fechamento do mercado financeiro, a Petrobras divulgará seu relatório produção e vendas do quarto trimestre de 2024.
Brasil
O Ibovespa fechou a sexta-feira (31) com baixa de 0,61%, aos 126.134,94 pontos, uma perda de 777,84 pontos. Porém, o principal indicador da Bolsa brasileira encerrou a semana com ganho acumulado de 3,18% e o mês, com avanço de 5,03%, a primeira alta mensal desde agosto de 2024.
Os fatores que pesaram para o desempenho da Bolsa hoje foram as Bolsas de Nova York, que fecharam com baixa generalizada, a Vale (VALE3) e os bancos.
Lá fora, o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que vai impor tarifas contra o Canadá, China e México a partir deste sábado (1º).
No cenário doméstico, os investidores reagiram a novos dados econômicos, entre eles a taxa de desemprego, que ficou em 6,2% no trimestre até dezembro e em 6,4% nos três meses até setembro. Os dados ficaram ligeiramente acima do esperado por analistas.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8366, com queda de 0,28% — a décima consecutiva.
Europa
As bolsas europeias operam no campo negativo, com os investidores repercutindo a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas comerciais a vários países e ameaçar estendê-las à União Europeia e ao Reino Unido.
FTSE 100 (Reino Unido): -1,18%
DAX (Alemanha): -1,76%
CAC 40 (França): -1,72%
FTSE MIB (Itália): -1,38%
STOXX 600: -1,33%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos caem, nesta manhã de segunda-feira, em repercussão ao tarifaço anunciado por Donald Trump, uma promessa de campanha que deve passar a vigorar, nesta terça-feira (4), contra Canadá, México e China. Há um temor no ar dos impactos das medidas sobre as empresas norte-americanas.
No campo corporativo, mais de 120 empresas do S&P 500 devem divulgar seus resultados, incluindo as gigantes de tecnologia Alphabet, Amazon e Palantir, além de grandes nomes do setor de consumo, como Walt Disney e Mondelez.
Dow Jones Futuro: -1,26%
S&P 500 Futuro: -1,43%
Nasdaq Futuro: -1,69%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistos, com destaque para o Índice Nikkei, do Japão, que desabou 2,66%, e o Kospi, da Coreia do Sul, que marcou queda de 2,52%. Enquanto isso, o Shangai SE, da China, permanece fechado devido ao feriado de Ano Novo, o mais importante do país e que dura sete dias.
Os mercados caíram em reação às medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A China está se preparando para iniciar negociações comerciais e deve apresentar uma oferta inicial para evitar novos aumentos de tarifas e restrições tecnológicas, segundo o Wall Street Journal.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): -2,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,04%
Kospi (Coreia do Sul): -2,52%
ASX 200 (Austrália): +1,79%
Petróleo
Os preços do petróleo registram forte valorização, como consequência da retaliação imposta a produtos do Canadá e do México, que podem interromper o mercado norte-americano de petróleo, altamente integrado, e elevar os preços da gasolina para motoristas nos EUA.
Petróleo WTI, +2,55%, a US$ 74,38 o barril
Petróleo Brent, +1,53%, a US$ 76,83 o barril
Agenda
Nos EUA, serão divulgados hoje o PMI de indústria de janeiro, gastos com construção de dezembro e o ISM de indústria de janeiro.
Por aqui, o Brasil passou a ter a maior taxa real de juros do mundo, atingindo 9,18%, segundo Jason Vieira, do site MoneYou. A elevação da Selic para 13,25% e o corte nos juros argentinos de 9,36% para 6,14% impulsionaram essa posição. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central sinalizou nova alta de 1 ponto percentual em março, podendo levar a Selic a 15% até maio.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg